Economia

Estado atraiu cerca de R$ 270 bilhões em investimentos

CEO da Agência de Promoção do governo visitou o DC
Estado atraiu cerca de R$ 270 bilhões em investimentos
Yvan Muls, Adriana Muls, João Paulo Braga, o assessor Fábio Leandro e José Luiz Borel | Crédito: Michelle Valverde

A atração de novos investimentos para Minas Gerais seguirá como uma das prioridades do governo de Minas Gerais. Por meio da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Invest Minas), de janeiro de 2019 até o momento, o Estado conseguiu atrair cerca de R$ 270 bilhões em investimentos.

Com a tendência dos aportes da próxima década serem pautados pelas práticas ESG (governança, ambientais e sociais), o governo do Estado quer avançar na agenda e também conquistar estas oportunidades.  

Em visita ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o CEO da Invest Minas, João Paulo Braga, ressaltou a retomada da atração de investimentos para o Estado nos últimos quatro anos e atribuiu os bons resultados ao resgate da credibilidade, o que é fundamental para a atração de investimentos. 

“Os últimos quatro anos foram um período de resgate de Minas Gerais. Especialmente, em despertar de novo a credibilidade de quem quer fazer negócios e investir. Antes, ninguém confiava em aportar dinheiro em um local onde não se pagavam os salários em dia, era dado ‘calote’ nas prefeituras. Isso ficou no passado e atraímos R$ 270 bilhões em investimentos. Desses projetos, cerca de 60% estão em operação ou em implantação, o que mostra que estão realmente acontecendo”.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Ainda segundo Braga, em quatro anos, foram conquistados pelo Estado cerca de 500 projetos de investimentos. O mais importante desta conquista, segundo Braga, foi a criação de empregos.

“Criamos mais de 600 mil postos de trabalhos ao longo dos quatro últimos anos”.

As empresas e indústrias atraídas para Minas Gerais são de segmentos variados, com destaque para e-commerce, indústrias de embalagens, alimentos, cervejas, farmacêuticas, energia solar, agroindústrias, entre outras.

Diante dos resultados positivos, a expectativa é continuar atraindo empresas para o Estado e estimular as que já estão presentes para que possam se expandir. Para isso, o Estado manterá as políticas que favorecem a infraestrutura e contribuem para o escoamento da produção, como a desestatização das rodovias e incentivo às ferrovias. Outro ponto que será estimulado é a criação de vagas que paguem salários mais altos.

“Precisamos buscar o direcionamento de atrair empresas mais intensivas em tecnologia, centros de P&D e estimular que a sede das empresas permaneça e venha se instalar em Belo Horizonte”, analisa.

Braga explica ainda que o Estado está atento à tendência de grande direcionamento de investimentos da próxima década para as pautas ESG. O governo de Minas Gerais vai direcionar os trabalhos para captar estas oportunidades. 

“Se a gente avaliar os critérios dos principais fundos de investimentos do mundo onde irão alocar o capital, a pauta ESG é dominante. Para Minas Gerais ser protagonista no Brasil na questão de investimentos, precisamos posicionar o Estado como o canal para que os investimentos aconteçam. O governador Romeu Zema assinou o compromisso “Race To zero”. Agora, temos o desafio de chegar aos resultados, ver quais os investimentos precisamos trazer. Temos uma condição enorme de fazer isso”.

Braga citou exemplos de como Minas Gerais sai na frente. Um dos casos é a Nestlé, que vai produzir, em Montes Claros, cápsulas de café biodegradáveis. Outro é a parceria entre a Cooxupé e a Yara para fornecimento de fertilizante verde no Brasil. Ele também apontou a iniciativa da Aperam Brasil, que se tornou a primeira do mundo no segmento de aços planos especiais a alcançar a neutralidade de carbono, antecipando em 28 anos a meta para o grupo, que foi estipulada para 2050. 

“Temos algumas coisas mapeadas, mas é preciso organizar a agenda. É necessário ter clareza das oportunidades, que são muitas. Minas é, hoje, o maior maciço de floresta plantada do Brasil. Temos a energia solar e temos empresas já avançando. Isso é agregar valor ao produto mineiro”.

Ainda segundo Braga, os avanços na produção sustentável e na redução da emissão de CO2 devem ser incentivados por parte do Estado. 

“Nosso desafio como agência, enquanto governo, é que isso não pode ser fruto da iniciativa empreendedora isolada. A gente precisa transformar isso em incentivos,  em políticas públicas que vão fazer com que as demais empresas trilhem este caminho também”. 

Segundo ele, é preciso ter um inventário das emissões, identificar onde há mais emissão de carbono e orientar a política pública para que os negócios consigam avançar.

“Com os dados, poderemos mostrar as oportunidades, procurar um fundo de investimentos e mostrar os projetos aderentes à alocação de capital, atraindo dinheiro e possibilitando um maior desenvolvimento. Podemos envolver a pesquisa, fontes de financiamento para as iniciativas e incentivo fiscal para as soluções”. 

Os investimentos que o Estado quer atrair, segundo Braga, terão forte ligação com o ESG. “Certamente, os principais investimentos que iremos atrair terão uma ligação muito forte com a pauta ESG e com as questões climáticas. A tônica dos investimentos que virão, vão caminhar neste sentido, de proporcionar a descarbonização da cadeia”. 

Turismo 

Ao longo dos próximos anos, um setor com grande potencial de receber novos investimentos é o de turismo. O CEO da Invest Minas acredita muito no potencial do setor como negócio para gerar renda e emprego. 

“Minas Gerais tem belezas naturais e atrações turísticas de tal forma que nossa capacidade de infraestrutura hoteleira está bem aquém do potencial. Nós acreditamos nisso e, há cerca de um ano, temos trabalhado com o foco em trazer as grandes redes de hotéis”.

Os resultados dessa busca por grandes players já estão sendo alcançados. Na última semana, a rede de hotéis Vila Galé, maior rede de resorts do Brasil e o segundo maior grupo hoteleiro em Portugal, anunciou que irá investir no Estado.  

“Iniciamos há alguns meses um mapeamento de oportunidades e fomos ao mercado mostrar Minas Gerais e fomos ao Vila Galé, por exemplo. Apresentamos e mostramos como Minas é maravilhosa. Isso já está dando resultado e recebemos o presidente do grupo, que anunciou a intenção de construir até dois resorts no Estado”.

A iniciativa se aplica a outras regiões. Em Cássia, onde foi construído um santuário dedicado a Nossa Senhora de Cássia, a infraestrutura hoteleira é insuficiente. A Invest Minas foi acionada e já levou cerca de três redes hoteleiras para conhecer o potencial do município. 

“A gente busca, batemos na porta e apresentamos a oportunidade. Estamos juntamente com as prefeituras fazendo o levantamento do potencial onde podem ser construídos hotéis”, explicou Braga.

Homenagem ao Diário do Comércio

Durante a visita ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, o CEO da Invest Minas, João Paulo Braga, entregou uma placa à presidente do jornal, Adriana Costa Muls, em homenagem aos 90 anos do DC.

“A Investe Minas celebra os 90 anos do DIÁRIO DO COMÉRCIO. A longevidade é consequência de um jornalismo sério, construtivo e conectado com a realidade de Minas e dos mineiros”, diz um trecho da inscrição na placa.

Braga também destacou a importância do DC para Minas Gerais.

“Quero cumprimentar o DIÁRIO DO COMÉRCIO pela trajetória de 90 anos e reforçar a importância do jornal. Muitas vezes, damos visibilidade ao nosso trabalho via DIÁRIO DO COMÉRCIO. Nas páginas do jornal, identificamos novas oportunidades. A gente incentiva prefeitos, empresas e prefeituras a buscarem o jornal para visibilidade ao que fazem. Isso é fruto dessa credibilidade alcançada nestes 90 anos”, afirmou.   

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas