Economia

Indústria eletroeletrônica de Minas Gerais tem previsões otimistas

Resultados neste ano estão surpreendendo e devem ficar acima da média nacional
Indústria eletroeletrônica de Minas Gerais tem previsões otimistas
Foto: Reprodução Adobe Stock

A indústria eletroeletrônica de Minas Gerais está vivendo um “céu de brigadeiro”. As vendas estão acima do esperado, e as perspectivas são bem otimistas para o fechamento do ano. Em pleno crescimento, o setor no Estado prevê encerrar 2024 com um aumento no faturamento de 4% a 6% acima da média nacional – cuja previsão de avanço em comparação a 2023 é de 2%.

As informações são do presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sinaees), Alexandre Magno D’Assunção Freitas. De acordo com ele, a entidade tem 46 empresas associadas e representa, atualmente, cerca de 10% do mercado industrial mineiro de eletroeletrônicos, número que destaca ser bastante significativo.

Já há algum tempo, a indústria eletroeletrônica de Minas Gerais tem crescido mais do que a média brasileira. No ano passado, por exemplo, as companhias mineiras registraram uma alta de quase 3% no valor faturado, enquanto no Brasil houve queda nominal de 6%. O motivo da diferença de resultados pode estar na especificidade do fornecimento das fabricantes do Estado.

“A área de geração, transmissão e distribuição de energia é muito forte em Minas Gerais. Existem muitas empresas tradicionais no segmento, com uma carteira de clientes bem estabelecida. Isso facilita bastante os negócios”, pontua. As vendas de equipamentos para GTD estão com um aumento considerável, principalmente para os Estados Unidos, de acordo com ele.

“O Estado também está abrindo as portas para vinda de novas indústrias, o que tem impulsionado o crescimento e elevado as expectativas do mercado”, sublinha. Conforme Freitas, o governo estadual vem criando facilidades para que mais empresas tenham projetos em solo mineiro.

Segundo o presidente do Sinaees, os demais segmentos também estão com performances positivas, sendo válido mencionar e destacar o de energia limpa. Ele recorda que a área está avançando exponencialmente em Minas Gerais e a instalação de parques solares, por exemplo, traz faturamento para o setor de eletroeletrônicos com as vendas de produtos e serviços.

Elevação da carga tributária preocupa

Freitas enfatiza que a indústria eletroeletrônica mineira não tem do que reclamar no momento. Ainda que não haja motivos para reclamações, o gestor aponta desafios enfrentados pelas fabricantes, sendo o principal deles a elevação da carga tributária brasileira. Este fator, de acordo com ele, aflige não só o setor de eletroeletrônicos, como também a indústria no geral.

Na avaliação do executivo, o aumento abrupto da carga de tributos no Brasil, que já é uma das maiores do mundo, dificulta a vida dos industriais, que são repassadores de impostos, ou seja, por meio da venda de produtos, arrecada as taxas e repassa-as ao governo. Ele pondera que, quanto mais aumentam a carga, mais o preço final dos equipamentos sobe, recaindo sobre o consumidor.

O presidente do Sinaees afirma que o setor de eletroeletrônicos entende que o País está exatamente no ponto de confluência da curva de Laffer, e se continuar elevando as alíquotas, a arrecadação vai começar a cair, porque a população não aguenta pagar mais impostos. Para ele, a nova reforma tributária deve criar ainda mais empecilhos para a indústria eletroeletrônica.

“O setor se preocupa com a estabilidade econômica do País, pois é daí que vem a estabilidade do setor, mas estamos sentindo que não temos essa estabilidade atualmente”, ressalta.

“Não tenho nenhuma expectativa positiva sobre a reforma tributária, muito pelo contrário. Ela criou facilitadores, simplificou a forma do tributo, mas, por outro lado, está abrindo janelas e portas para um aumento da carga tributária e, consequentemente, de um prejuízo do setor”, diz.

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