Economia

Rodovias em MG lideram pontos críticos no País, diz CNT

Em 2023, números absolutos chegaram a 383, segundo Radar do Transporte
Rodovias em MG lideram pontos críticos no País, diz CNT
No País, CNT aponta que há densidade de 2,5 pontos críticos por 100 quilômetros rodados em Minas, acima da média nacional | Crédito: Divulgação/Agência CNT

Minas Gerais ocupou a liderança entre os estados com o maior número de pontos críticos na malha rodoviária em termos absolutos de 2023, em um total de 383, seguido por Acre (374) e Maranhão (258). Os dados fazem parte do Radar CNT do Transporte – Pontos Críticos 2023, divulgado nesta segunda-feira (15) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). No Estado, foram pesquisados 15.605 quilômetros de rodovias.

No País, o número de pontos críticos no ano passado na comparação com 2022 cresceu. Ao todo, foram identificadas 2.648 ocorrências graves na malha rodoviária brasileira, 38 a mais que em 2022. O aumento de pontos críticos é de 1,5% em relação ao ano anterior.

Conforme o levantamento, em 2023, a densidade de 2,26 pontos críticos por 100 quilômetros significa que, em média, ao circular pelas rodovias no País, o usuário se depara com um ponto crítico a cada 44 quilômetros. No entanto, na prática, os pontos não estão distribuídos uniformemente na malha, mas concentrados em determinados trechos. A densidade em Minas é de 2,5 pontos críticos, acima do resultado nacional.

A entidade define os pontos críticos como situações atípicas que ocorrem na rodovia, interferem no fluxo normal do tráfego e podem trazer graves riscos à segurança dos usuários. Além disso, estão associados à elevação dos custos operacionais, devido ao aumento do tempo de viagem, bem como do consumo de combustível e dos gastos com manutenção dos veículos, como resultado de sua maior depreciação.

Os perigos iminentes envolvem desde quedas de barreiras e erosões na pista a buracos grandes (cujo tamanho é igual ou maior que um pneu de veículo de passeio) e pontes estreitas ou caídas. Situações que tornam a movimentação rodoviária mais arriscada para o motorista e para a segurança viária, além de impactar a fluidez da via e elevar os custos operacionais do setor transportador.

Investimentos

E para a resolução dos problemas de 2023 apontados na publicação, a CNT estima que sejam necessários R$ 4,88 bilhões em investimentos nas rodovias. Desse total, 38,5% devem ser destinados à correção de quedas de barreiras e 21,7%, à adequação ou reconstrução de pontes estreitas.

Levando-se em conta o investimento necessário para intervenção de melhorias emergenciais, como reconstrução, restauração e manutenção dos trechos da malha rodoviária federal que apresentam problemas, a projeção da necessidade de recurso passa para R$ 46,8 bilhões.

A confederação destaca que 2023 foi marcado por vários desastres naturais e eventos climáticos extremos resultantes da ação humana sobre a natureza e no que se refere às rodovias acabam acelerando o surgimento e a degradação de pontos críticos, bem como impossibilitam ou retardam a realização de obras para saná-los.

Crédito: Adobe Stock

Para o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, o investimento na prevenção e/ou na correção imediata de pontos críticos é a melhor forma de evitar que os problemas nas vias se agravem. Ele completou que esses pontos agravaram-se desde 2021. “Minas Gerais é o estado brasileiro com a malha rodoviária mais extensa. Seria previsível, portanto, que o estado tivesse um número elevado de pontos críticos. Porém, o número de ocorrências desses pontos aumentou de forma expressiva em Minas Gerais nos últimos 10 anos, sendo superior a 450% no período. Esse crescimento se acentuou sobretudo a partir de 2021. Isso resulta de que no País, de modo geral, no período considerado (últimos 10 anos), os investimentos públicos em rodovias federais têm sido insuficientes para atender sequer as necessidade de manutenção. Nas malhas sob jurisdição estadual, esses investimentos têm sido ainda inferiores em relação às necessidades em questão”, reiterou Batista.

Minas precisa de mais de R$ 16 bi para recuperar rodovias

Para recuperar trechos danificados das rodovias em Minas Gerais é necessário investimento de R$ 16,63 bilhões, conforme estimativa da 26ª pesquisa CNT de Rodovias, divulgada em novembro de 2023. O montante seria gasto com ações emergenciais, como reconstrução e restauração, além de manutenção das estradas. A projeção inclui apenas a recuperação do pavimento, excluindo valores a serem destinados para melhorias na sinalização e no traçado das vias.

O estudo da CNT sobre as rodovias mostrou que a condição geral de 12.272 quilômetros da malha no Estado (78,7%) foi classificada como regular, ruim ou péssima.

Gestão

O Radar CNT do Transporte – Pontos Críticos 2023, divulgado ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), também fez uma avaliação segundo o tipo de gestão, que revela diferenças acentuadas entre os dois modelos. Foram registrados 2.590 pontos críticos nas rodovias sob administração pública e 58 nas concedidas.

A densidade nas rodovias sob gestão estatal é 13 vezes superior à das concedidas. Em média, registra-se uma ocorrência a cada 33 quilômetros em vias mantidas pelo poder público, e uma a cada 455 quilômetros nas operadas pela iniciativa privada.

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