Economia

Voos comerciais no aeroporto de Araxá podem ser retomados

Atividade está suspensa desde 2020
Voos comerciais no aeroporto de Araxá podem ser retomados
Azul vai operar sua mais nova rota regional | Crédito: Divulgação

A prefeitura de Araxá está em negociação com companhias áreas para a retomada dos voos na cidade. Os voos comerciais estão suspensos desde março de 2020 devido à queda na demanda gerada pela pandemia de Covid-19, o que tem levado a prejuízos. Para atrair as companhias aéreas, o município está investindo R$ 670 mil na reestruturação do aeroporto e tem apostado na atração de eventos e empresas.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo de Araxá, Juliano Cesar da Silva, a retomada dos voos semanais é de grande importância para o município e para a região. Além do turismo tradicional, o município também possui forte importância no turismo de negócios, além de concentrar grandes empresas.

“Nós assumimos a secretaria em 2021, com o aeroporto em péssimas condições e em período de pandemia e, dessa forma, não tínhamos como fomentar qualquer negócio para atrair os voos. Demos três passos atrás e estruturamos o turismo e estamos reformando o aeroporto”.

A reforma da estrutura e do prédio do aeroporto vai demandar cerca de R$ 670 mil em investimentos e é considerada essencial para a retomada dos voos. A previsão é concluir as obras em novembro.

Com a atração de novos eventos, a movimentação turística tem crescido e, segundo da Silva, já é suficiente para atrair as companhias aéreas.

“Antes da pandemia, tínhamos as operações da Azul, com voos para Belo Horizonte. A empresa já entrou com pedido de alvará de funcionamento para operar novamente na cidade. Acreditamos que os voos voltem em novembro”.

Ainda segundo da Silva, devido à maior atração de eventos e movimentação turística na cidade, uma comitiva foi montada e, na semana passada, se reuniu com a Gol Linhas Aéreas, em São Paulo. A ideia é que mais de uma empresa aérea opere na cidade.

O município negocia junto à Gol a disponibilidade de voos semanais de Araxá para Uberlândia e São Paulo.

“Começamos a ter a movimentação que precisamos para ter poder de barganha com as empresas aéreas. Nosso plano A é que a Azul volte a operar, mas nosso projeto é maior e queremos ampliar. Fomos a São Paulo e conversamos com diretores da Gol para iniciar o projeto. Eles já operam o trajeto São Paulo a Uberlândia e queremos um braço passando por Araxá. Este voo para São Paulo é importante, pois a cidade é uma janela para o mundo”.

Segundo da Silva, a proposta foi bem aceita pelos representantes da Gol devido à movimentação turística da cidade e também pelas empresas presentes em Araxá, como a McCain, CBMM, Desaer, entre outras.

“Isso tudo gera pontos para que os voos voltem já em novembro, quando as obras do aeroporto serão concluídas. Investimos no turismo e já estamos colhendo os frutos. A nossa rede hoteleira está com mais de 90% das ocupações reservadas até o final do ano”.

Em relação aos prejuízos causados pela suspensão dos voos e pela pandemia, da Silva explica que são incalculáveis, tendo em vista que a pandemia afetou todos os setores da economia, especialmente o da aviação, não só no Brasil como no mundo todo.

Querosene de aviação terá corte de 10,4%

São Paulo – A Petrobras anunciou, na sexta-feira (26), corte de 10,4% no querosene de aviação (QAV) para distribuidoras a partir do dia 1º de setembro. É o segundo mês seguido de redução no preço do combustível após a escalada que fez os preços das passagens aéreas dispararem.

O preço do QAV é reajustado mensalmente e começa a reagir à queda das cotações internacionais. Em agosto, a Petrobras reduziu em 2,6% o valor de venda do produto por suas refinarias. Em dois meses, portanto, o preço do produto cairá 12,7%.

Antes dos cortes, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o querosene de aviação acumulava alta de 70,6% em 2022. Em maio, o preço médio das passagens aéreas no Brasil atingiu o maior valor em dez anos.

Em nota, a Petrobras disse que sua política de preços do QAV busca equilíbrio com o mercado internacional e acompanha as variações do valor do produto e da taxa de câmbio. Suas refinarias vendem o produto para distribuidoras, que são os fornecedores das companhias aéreas.

A estatal não tinha costume de divulgar em notas as variações de preços do QAV, mas passou a fazê-lo em agosto, na primeira queda do ano. Naquela ocasião, divulgou um comunicado que incluía cortes nos preços da gasolina de aviação e do asfalto.

A redução dos preços dos combustíveis é um dos principais trunfos da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela reeleição. Desde o fim de junho, os preços da gasolina, do diesel e do etanol vêm em queda nas bombas.

O movimento é resultado, primeiro, de cortes nos impostos federais e estaduais aprovados pelo Congresso e, depois, de repasses da queda das cotações internacionais do petróleo aos preços de venda da Petrobras.

Bolsonaro chegou a propor este mês isenção tributária para o querosene de aviação, mas com vigência apenas a partir de 2023. O tema, segundo o presidente, será discutido no debate sobre o orçamento do próximo ano.

“Garantimos continuar com zero imposto federal na gasolina, no diesel e no gás de cozinha”, disse ele na semana passada. “Pedi para o pessoal zerar agora querosene de aviação”, completou.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as passagens aéreas de voos domésticos acumularam inflação de 122,4% em 12 meses até junho. A alta foi a maior entre os 377 subitens que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

A Abear disse, em nota, que “a situação de intensa volatilidade impossibilita projeção de impacto (do corte) nos preços” das passagens aéreas. Segundo a associação, o preço do querosene de aviação acumula alta de 168,7% desde julho de 2019.

No mesmo período, o preço do diesel subiu 126% e o da gasolina, 50,9%, segundo o indicador de preços praticados por produtores e importadores de combustíveis da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis. (Por Nicola Pamplona, Folhapress)

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