Legislação

Minas Gerais inicia o ano com saldo positivo na abertura de empresas

Em janeiro houve 15.402 constituições contra 16.535 em igual mês de 2023
Minas Gerais inicia o ano com saldo positivo na abertura de empresas
Guilherme Almeida destaca redução da burocracia em MG | Crédito: Jéssica Andrade

Em janeiro, Minas Gerais registrou um saldo positivo de 15.402 empresas abertas. No período, houve a constituição de 40.374 empreendimentos. Já outras 24.972 empresas fecharam as portas. No primeiro mês do ano, o Estado contava com 2,2 milhões de empreendimentos de variados portes ativos. Os dados são do painel Mapa de Empresas, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Apesar do número de empresas abertas ser maior que os encerramentos, o saldo positivo de 15.402 empresas ficou menor que o visto em janeiro de 2023, quando o superávit foi de 16.535, o que representa uma queda de 6,8%.

Conforme o levantamento, no Estado, a abertura de empresas, ao longo do primeiro mês de 2024, somou 40.374 negócios. Representando, assim, uma variação positiva de 0,83% frente ao mesmo período do ano passado, já que naquele intervalo haviam sido constituídos 40.041 novos negócios. No Estado, o tempo médio para abertura de uma empresa em Minas Gerais é de um dia e sete horas.

Do total de empresas abertas em janeiro de 2024, a maioria foi de matrizes, chegando a 39.630 em Minas. Em janeiro, o Estado contava com 2,16 milhões de matrizes. O restante, 744 negócios abertos em janeiro foram de filiais. Ao todo, são 93.391 filiais ativas em Minas Gerais.

Crescimento econômico e desburocratização favoreceram saldo positivo

O economista Guilherme Almeida explica que o saldo positivo na abertura de empresas em Minas Gerais é importante. Dentre os fatores que estimulam a criação de novos negócios estão o melhor ambiente de negócios e também a menor burocracia no processo de abertura no Estado.

“De meados de 2022 para cá, o cenário macroeconômico começou a contribuir para a atividade econômica, esse movimento de redução de juros, o movimento de controle do nível de preços, ou seja, da inflação mais baixa, permitiram a atração de investimentos, especialmente para Minas Gerais. O Estado tem leis que contribuem para isso, existe o projeto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Minas Livre para Crescer, que estimula o empreendedorismo, é o Estado amigo do empreendedor, e, isso tem atraído investimentos substanciais”, ressalta.

Ainda conforme Almeida, as atividades econômicas mais aquecidas e as iniciativas de desburocratizar os processos de aberturas de empresas por parte do governo do Estado não estimulam apenas as aberturas, mas também as operações das empresas no dia a dia.

“Facilita a conseguir uma licença específica, para a comercialização de algum produto, por exemplo. Isso diminui parte do custo Brasil, que é a burocracia atrelada à operação das empresas. Então, os investimentos produtivos são estimulados, abrindo margem para expansão dos empreendimentos e para contratações”, argumenta.

Fechamentos de empresas também crescem em Minas Gerais

Já no sentido oposto, 24.972 empresas encerram as atividades em janeiro no Estado. Representando assim, uma elevação de 6,2% frente ao número registrado no mesmo intervalo do ano passado, quando o encerramento somou 23.506 unidades empresariais.

Os dados do Mdic mostram também que, na natureza jurídica, a maior parte dos encerramentos foi de empresários individuais, que engloba microempreendedores individuais (MEIs) e algumas micro empresas (MEs), com o fechamento de 21.788 negócios. Em seguida, veio a sociedade limitada, com 3.121 encerramentos, e sociedade anônima, com 37 empresas encerradas.

A alta no fechamento de empresas, segundo o economista Guilherme Almeida, tem como uma das justificativas o aquecimento do mercado de trabalho, que impacta, principalmente, no fechamento das empresas individuais. Assim, há um retorno do empresário individual para um serviço com carteira assinada.

“De 2022 para cá, houve um aquecimento da economia. A taxa de desemprego atingiu a mínima da série histórica do IBGE. A atividade econômica, o próprio varejo aqui em Minas, a prestação de serviços, o PIB cresceram no Estado. Então, tudo isso, são indicativos de uma atividade econômica mais aquecida e de maiores oportunidades de emprego. Então, muitas vezes quando ocorre o maior fechamento de empresas, especialmente de empresários individuais, é em decorrência dessa migração para o emprego formal”.

Além disso, a falta de planejamento e de uma gestão adequada também provocam o encerramento.

“Quando temos momentos de crise, como foi a pandemia, muitas pessoas são desligadas dos empregos. Sem muitas alternativas no mercado, elas acabam empreendendo, constituindo MEIs e empresário individual. Enfim, muitas vezes, esse empreendedorismo por necessidade e não por vocação sofre com a ausência de um planejamento, com a ausência de um conhecimento técnico de gestão. Então, acabam fechando as portas”, explica.

Segmentos com mais empresas ativas

Conforme os dados do Mdic, do total de empresas ativas em Minas Gerais , a maior parte é do comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, setor este que conta com 114.694 negócios em funcionamento.

Logo em seguida, veio o segmento de cabeleireiros, manicure e pedicure com 99.238 unidades. Em terceiro lugar está o número de empresas de obras de alvenaria, com 71.580 unidades ativas. Destaque também para o setor de promoção de vendas, com 64.476 empreendimentos, e lanchonetes, casas de chá, que somam 47.199 empresas.

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