Faturamento das franquias cresce 10,8%

15 de março de 2022 às 0h30

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A pandemia intensificou o movimento de interiorização das marcas, afirmou Danyelle Van Straten | Crédito: Divulgação

Depois de divulgar o balanço nacional de 2021, mostrando a recuperação do setor de franquias depois da crise sem precedentes vivida no ano anterior pela economia mundial em virtude da pandemia, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) disponibilizou os resultados de Minas Gerais.

O Estado contribuiu para puxar positivamente a média do Brasil, demonstrando uma igualdade técnica com o crescimento geral. O faturamento mineiro cresceu 10,8% em 2021 na comparação com 2020, saltando de R$ 13,09 bilhões para R$ 14,51 bilhões, o que significa 7,8% do total nacional.

De acordo com a ABF, o setor de franquias no Brasil faturou R$ 185 bilhões, contabilizando um crescimento de 10,7% em relação a 2020, chegando a patamar semelhante ao de 2019, que foi de R$ 186,755 bilhões. A expectativa é que este ano o desempenho se mantenha, superando o valor de R$ 201 bilhões em faturamento e 182 mil unidades em funcionamento.

De acordo com a diretora da Regional Minas Gerais (ABF Minas), Danyelle Van Straten, a força da economia mineira e a sua posição no setor de franchising – terceiro maior mercado – ajudaram as marcas a resistirem e desenvolverem novos formatos e mudarem a direção do crescimento.

“A pandemia intensificou o movimento de interiorização das marcas. Com o home office, muita gente voltou ou se mudou para o interior, e mesmo sem deixar o emprego, passou a investir no sonho de ser um empreendedor. Sendo o franchising um modelo já testado e muito interessante para quem está começando, esse foi o caminho escolhido por muitos novos empreendedores”, explica Danyelle Van Straten.

O maior número das unidades de franquias em Minas está nos mercados de Serviços e Outros Negócios (26,9%), seguido de Saúde, Beleza e Bem-Estar (16,4%), e Alimentação Food Service (12,8%).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento de Serviços é o mais significativo de Minas, correspondendo a cerca de 60% do PIB do Estado. Também é o que possui maior número de trabalhadores empregados. Em franquias, dos quase 127 mil empregados diretamente em 2021, 22,8% estão neste segmento.

As inovações impulsionadas pelos dois anos da Covid-19, para a executiva, foram além do uso intensivo da tecnologia. Novos formatos, processos mais assertivos, mais parcerias, flexibilização nos termos e negociação entre marcas e franqueados e entre franqueados e shopping centers, entre outras novidades ajudaram a amadurecer o mercado mineiro e brasileiro.

“Enquanto o interior crescia, a Capital também passava por um momento interessante, com uma grande vacância no mercado imobiliário de rua. Os malls tornaram a vida dos entrantes um pouco mais fácil, porém para os antigos contratos ainda existe muita dificuldade. Mas é importante lembrarmos que o modelo de franquias se caracteriza por ter negócios testados, seguros. A inovação é feita pelo sistema, com muitas cabeças pensando e testando. A ABF já tem um olhar atento para isso. Em Santa Catarina já existe um projeto para que as startups gerem soluções para o setor. Como Minas é um grande ecossistema de tecnologia, queremos trazer esse tipo de parceria pra cá também”, revela a diretora da ABF Minas.

A Divino Fogão tem 196 operações espalhadas pelo País, sendo apenas sete em Minas | Crédito: Divulgação

Divino Fogão vai abrir cinco lojas no Estado

Para o diretor de operações da Divino Fogão, Emiliano Silva, é impossível crescer no Brasil sem expandir por Minas Gerais. Por isso, a marca, que já tem 196 operações espalhadas pelo País, sendo apenas sete em Minas Gerais, anuncia a abertura de cinco restaurantes nos principais centros comerciais de médias e grandes cidades mineiras, além de 10 operações de dark kitchens, até o final de 2022, no Estado.

Estão na mira da rede cidades como Uberaba, no Triângulo Mineiro; Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH); Juiz de Fora, na Zona da Mata; Governador Valadares, no Vale do Rio Doce; e Ipatinga, no Vale do Aço; para abrir a primeira operação ou ampliar a presença da rede nas praças de alimentação de shopping centers da região.

A primeira inauguração, porém, deve acontecer na Capital, no Shopping Estação BH, na região de Venda Nova, no próximo trimestre.

“Temos muito cuidado antes de abrir uma unidade. O sucesso do franqueado é o nosso e, por isso, fazemos um estudo profundo da região. Se o candidato não tem todo o capital, mas tem um perfil interessante, buscamos um sócio pra ele, nunca aconselhamos que recorra ao sistema bancário”, explica Emiliano Silva.

Com investimento a partir de R$ 800 mil, o novo franqueado conta com sistema de gestão, projeto arquitetônico e auxílio de uma equipe especializada para ajudar com a implantação da operação. Já para abrir uma dark kitchen, é necessário um investimento de R$ 22,5 mil, destinado à compra de insumos para produção, uso de marca, embalagem, marketing e treinamento. A “cozinha invisível” é indicada para restaurantes, lanchonetes, pizzarias, padarias e bares aproveitarem o tempo ocioso das cozinhas. O projeto do Divino Fogão visa atingir bairros e cidades que não contam com um restaurante da rede.

“A dark kitchen permite um perfil mais variado de empreendedor. Pode ser quem está começando, quem tem um parceiro com espaço vago nesse tipo de cozinha ou quem já desenvolve o trabalho com diferentes marcas. O importante nesse modelo é entender o fluxo de trabalho de cada marca para otimizar equipamentos e equipes. Nós ajudamos nisso. O Divino Fogão, por exemplo, tem 60% do seu fluxo para o almoço e 40% à noite. Uma parceria com uma marca de comida japonesa, que normalmente tem maior fluxo à noite, é perfeita”, exemplifica o diretor de operações da Divino Fogão.

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