Projeto da UFMG que transforma urina em fertilizante para plantas vai receber aporte de R$ 1 milhão

Uma tecnologia desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que captura o fósforo da urina e o transforma em fertilizante para plantas vai receber um aporte de R$ 1 milhão. Esse processo de captura ocorreu em três edições do Carnaval de Belo Horizonte, utilizando a urina dos foliões.
A tecnologia sustentável, chamada de P4Tree, é desenvolvida no Centro de Escalonamento de Tecnologias e Modelagem de Negócios (Escalab) do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (ICex), da UFMG.
O aporte de R$ 1 milhão foi anunciado nesta segunda-feira (19) pela deputada federal Duda Salabert (PDT), em visita ao local, e vai beneficiar também outros projetos em andamento no Escalab. O recurso é oriundo de emenda parlamentar proposta pela deputada.
Os projetos desenvolvidos pelo Escalab usam uma metodologia própria de escalonamento de tecnologias para produzir e oferecer soluções inovadoras para os problemas gerados pelos processos industriais, em especial os rejeitos das indústrias.
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Criado em 2019, o Centro já atendeu demandas de mais de 35 indústrias e conduziu vários programas de inovação aberta com universidades brasileiras.
No caso do P4Tree, o que ocorre é o aproveitamento do fósforo, substância mineral presente também na urina (humana ou animal), e um dos principais compostos – ao lado do potássio e do nitrogênio – para a adubação do solo.
Quando ele é descartado na natureza em forma de dejeto, em grande volume e sem tratamento, pode contribuir para a proliferação de microrganismos e causar a chamada eutrofização da água, que tem como resultado aquela nata verde e malcheirosa vista em rios e lagoas.
Mas, se aproveitado, o fósforo presente na urina pode ser usado como fertilizante.
“Quando deparamos com projetos como esses, especialmente nesta época de crise climática, percebemos o quanto a universidade, assim como a política, é uma engrenagem fundamental para a transformação social e a soberania de um país”, disse Salabert.
No Carnaval de 2020, por exemplo, o primeiro a utilizar o P4Tree em Belo Horizonte, 50 cabines de banheiro químico participaram do projeto, segundo a prefeitura, gerando adubo que foi aproveitado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica.
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