Apoio do Centrão a Alckmin é o mesmo de Dilma em 2014
São Paulo – A pré-candidata da Rede, Marina Silva, atacou ontem mais uma vez o Centrão, que fechou com o tucano Geraldo Alckmin, na semana passada. “O condomínio do Alckmin é agora o condomínio que era da Dilma em 2014”, disse Marina, em um evento com cerca de 30 filiados da Rede em Piracicaba. Há dez dias, a presidenciável chamou o Centrão de “atravessador de sonhos”. Com o bloco de partidos do DEM, PRB, Solidariedade e PP, o ex-governador de São Paulo terá grande parte da fatia da propaganda de rádio e TV nas eleições. A ex-ministra do Meio Ambiente lembrou ainda que, em 2014, Dilma tinha cerca de 2 minutos a mais que Alckmin deve ter hoje, mas que a propaganda eleitoral na época durava 30 minutos e hoje apenas 20. “Fizeram (os partidos do Centrão) um serviço junto com a Dilma e o Temer e agora já encontraram um novo condomínio para chamar de seu”, concluiu Marina. Depois de perder o eventual apoio do Centrão, aliados de Ciro Gomes (PDT) o teriam aconselhado a procurar a ex-senadora. Questionada sobre a aproximação, a pré-candidata disse que a relação entre os dois é de “respeito e diálogo” e lembrou que fizeram “um excelente trabalho juntos” na gestão de Lula – ela no Meio Ambiente e ele, ministro do Trabalho. “Não tem porque não conversar hoje. Temos conversado. O que não significa que alguém tenha que desistir dos seus projetos. O que nós temos é a disposição de ter respeito. Pelo menos a forma como cada um quer contribuir nesse primeiro turno”, disse a presidenciável. A menos de duas semanas da convenção nacional que confirmará seu nome na disputa, Marina ainda não confirmou nenhum partido em sua coligação. Quando questionada, ela lembrou que ainda há tempo até o registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que portanto ainda está negociando. Voltou a repetir um bordão, para caso não haja mais legendas dispostas a embarcar na sua candidatura: “Temos excelente prata da casa, ouro da casa”. Os nomes do deputado federal Miro Teixeira (RJ) e do ex-presidente do Flamengo Bandeira de Mello têm sido cotados para compor chapa. Doações – Marina Silva conseguiu bater a meta de sua vaquinha on-line no último domingo (22). Depois de cinco dias, foram arrecadados R$ 100 mil. Os colaboradores podem doar R$ 20, R$ 50, R$ 100, R$ 200, R$ 500 ou R$ 1.060. Na manhã de ontem foram mais R$ 10 mil doados, sendo mil do cineasta e colaborador da campanha, Fernando Meirelles, famoso pelo filme “Cidade de Deus”. O site disponibiliza o nome, CPF, forma de pagamento e nota de todas as doações. Segundo o texto do portal, o objetivo desta primeira meta era custear viagens. “Com esse valor, conseguiremos realizar eventos em cinco cidades diferentes, levando as nossas propostas para diversas regiões”. Agora a arrecadação de Marina entra em uma segunda fase: a do combate às fake news. Com R$ 200 mil, a campanha quer produzir vídeos e materiais gráficos. “Precisamos combater mentiras, acusações levianas e notícias falsas”, diz o texto. As metas fazem parte da estratégia da campanha para tentar manter constante o número de doações ao longo da campanha. “Tem uma coisa muito típica em arrecadação, começa forte e aí vai diminuindo. Nossa ideia é colocar várias pequenas metas, criar fases, e estimular as doações ao longo delas”, conta o coordenador financeiro da campanha de Marina, Bazileu Margarido. A proposta deles com a segunda meta é conseguir uma equipe de monitoramento de fake news, que possa também criar uma estratégia de comunicação para combater as notícias falsas na internet. O campeão das vaquinhas on-line entre os pré-candidatos até o momento é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso pela Operação Lava Jato. A arrecadação dele começou antes, em 6 de junho, mas já atingiu R$ 400 mil. Em seguida vem João Amoêdo (Novo), que iniciou a vaquinha em maio e já arrecadou R$ 280 mil. TUCANO CONVERSA COM JOSUÉ GOMES O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, reuniu-se ontem com o empresário Josué Gomes e com o cacique do PR, o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, a fim de discutir a eventual escolha de Josué na chapa presidencial do tucano, afirmou à Reuters o líder do PR na Câmara, José Rocha (BA). O deputado disse ter conversado com Costa Neto por telefone após o encontro. O cacique do PR relatou que Josué – filiado ao partido – disse a Alckmin no encontro considerar que não teria muito a contribuir em termos de voto se for indicado a vice da chapa. Integrantes do Centrão têm ventilado o nome dele para ser companheiro de Alckmin na aliança. Segundo o relato feito ao líder do PR, Josué afirmou ao tucano para ficar à vontade de escolher quem quisesse para o vice da chapa. Costa Neto deixou a reunião e Alckmin e Josué ficaram conversando a sós, afirmou José Rocha. “Valdemar me disse que, assim que tiver uma resposta (sobre se Josué seria ou não vice), me daria”, contou o líder do PR na Câmara. Rocha disse que o próprio Josué já reconheceu que teria pouco a acrescentar em termos de voto para Alckmin, pois, apesar de mineiro (segundo maior colégio eleitoral), vive em São Paulo. O Centrão – grupo de partidos formados pelo PR, PP, DEM, PRB e Solidariedade – decidiu na quinta-feira da semana passada fechar uma aliança com Alckmin após estar quase perto de ter acertado com o candidato do PDT ao Palácio do Planalto, o ex-ministro Ciro Gomes. Segundo Rocha, a intenção do grupo é anunciar formalmente o acerto com Alckmin até a quinta-feira desta semana, juntamente com a indicação de quem seria o candidato a vice na chapa, podendo ser Josué ou outro nome. A convenção partidária do PSDB que vai oficializar o nome de Alckmin ao Planalto só vai ocorrer no dia 4 de agosto.
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