Política

Banqueiro é preso por suspeita de lavar dinheiro

Rio de Janeiro – O banqueiro Eduardo Plass, suspeito de lavagem de mais de R$ 90 milhões, foi preso na sexta-feira (3), em sua casa no Rio de Janeiro, durante operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF). As sócias de Plass, Maria Ripper Kos e Priscila Moreira Iglesias, também foram detidas. Além desses, outros quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Todos os presos são acusados de participar de um esquema de lavagem de dinheiro por meio da joalheria H. Stern, no Rio de Janeiro, comandado por Plass entre os anos de 2009 e 2015. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 90 milhões das contas do banqueiro a título de reparação de danos e mais R$ 90 milhões por danos morais, totalizando R$ 180 milhões. Durante as investigações, também foi identificado o envolvimento de Plass com o ex-governador Sérgio Cabral, que se encontra preso. O banqueiro dava destino ao dinheiro de Cabral, recebido pela compra de joias sem identificação. Do total do dinheiro lavado, pelo menos R$ 6 milhões seriam do ex-governador, informou o procurador da República que participou da força-tarefa, Almir Sanches. “O Cabral, sem sombra de dúvidas, é o maior [cliente] em volume e também o mais atípico das transições. (Não havia) nenhuma identificação de quando era compra dele, nenhuma nota fiscal, o que também foge a regras de outros clientes, que às vezes compravam com nota fiscal e às vezes sem”, declarou Sanches. Procurado pela Agência Brasil, o advogado de Sérgio Cabral, Rodrigo Roca, disse que a Operação Hashtag é o primeiro passo para comprovar que os delatores do processo estão mentindo e para que apareçam as joias e o dinheiro atribuídos injustamente ao ex-governador, afirmou. Segundo o Ministério Público Federal, Plass morava no exterior e passava períodos curtos no Rio de Janeiro e, por isso, já vinha sendo observado há algum tempo pelos investigadores para que pudesse ser pego quando estivesse no Brasil. A operação, um desdobramento da Lava Jato, revelou que o dinheiro recebido pela compra de joias sem nota fiscal e em espécie era transferido para uma primeira offshore. Depois, uma segunda offshore de fachada era usada e, por fim, os valores eram transferidos para uma holding da joalheria no exterior. O dinheiro não voltava mais para o Brasil. Plass é apontado como o comandante da organização criminosa. Ele também é sócio majoritário da gestora de recursos Opus e do TAG Bank, no Panamá, que anunciou, pelo seu site, liquidação voluntária. A sócia Maria Kos atuava para buscar dinheiro na joalheria e a Plass. Ela também tinha o controle da primeira empresa no exterior para onde transferia o dinheiro, disse o MPF. Já Priscila Iglesias aparece como a responsável pela elaboração de contratos fictícios de empréstimos. Os documentos eram assinados com datas anteriores e no mesmo momento a quitação do valor já era acusada. Os detidos responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Leia também: Ação de Atibaia continua com Moro Brasil e Argentina fecham acordo sobre delações Gestora – O economista José Márcio Camargo, sócio da Opus e principal assessor da área econômica do candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles, disse que a gestora ainda não tem informações detalhadas sobre o que está sendo investigado na Operação Hashtag, deflagrada na sexta-feira (3) pela Polícia Federal. Mesmo assim, ele contou já ter falado com Meirelles. Os dois combinaram de conversar, à medida que a situação fique mais clara, para avaliar se afeta a campanha. Na operação, a PF prendeu dois dos sete sócios de Camargo na gestora: o banqueiro Eduardo Plass e Maria Ripper Kos. A avaliação de Camargo é que as investigações estão focadas no TAG Bank, banco com sede no Panamá, do qual Plass também é sócio Com isso, ele espera que a Opus, que administra apenas fundos fechados, não tenha maiores problemas. Mesmo assim, deixou clara a necessidade de acompanhar o desenrolar do caso. “São duas empresas separadas (TAG Bank e Opus). O Plass é sócio das duas, mas a impressão inicial é que as investigações estão direcionadas à empresa no exterior”, disse, frisando que, como a gestora trabalha apenas com fundos exclusivo, não há maiores preocupações com a reação imediata dos clientes. Vamos esperar a situação ficar mais clara. Até agora, pelo que vimos, tem a ver com o TAG Bank e não com a Opus”, declarou o economista, que é responsável pela área de análise da gestora e trabalha no desenvolvimento do programa de Meirelles, cuja candidatura foi confirmada na última quinta-feira (3) na convenção do MDB.

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