Ciro planeja rediscutir as mudanças na CLT
Brasília – O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou ontem que, se eleito, vai fazer uma rediscussão da reforma trabalhista aprovada pela gestão do presidente Michel Temer, a qual chamou de “selvageria”, nos seis primeiros meses de mandato, com a participação das centrais sindicais. “Meu compromisso com as centrais sindicais é trazer essa bola de volta ao meio de campo”, disse, que completou após ter sido vaiado. “Pois é, vai ser assim mesmo. Se quiserem presidente fraco escolham um desses que vem conversando fiado aqui com vocês”, alfinetou. As declarações de Ciro Gomes foram feitas durante sabatina promovida pela Confederação Nacional de Indústria (CNI) com os pré-candidatos a presidente. A reforma trabalhista aprovada por Temer foi uma das mais festejadas pelo setor industrial. O pré-candidato a presidente disse posteriormente que aceitava as vaias, mas fez questão de dizer que cultiva a “autoridade dentro da democracia” e que confiança não é sinônimo de simpatia. Em entrevista coletiva após a sabatina, Ciro disse que o seu lado é o da classe trabalhadora e destacou que a melhor forma de prestigiá-la é com a classe produtiva também a prestigiando. “Eu tentei mostrar. É assim que vai ser, eu vou proteger o trabalho”, reforçou. O pré-candidato disse não ter se sentido “agredido nem insultado” com as vaias e destacou se tratar de “gente adulta”. “Estamos debatendo. Tem alguma coisa que desqualifica isso? Eu vejo isso com a maior naturalidade”, avaliou. Numa cutucada, ele afirmou que “cada um tem o candidato que merece”. “Eu, por exemplo, teria muita vergonha de bater palma para Bolsonaro”, disse, numa referência ao pré-candidato Jair Bolsonaro, do PSL, líder nas pesquisas de intenção de voto no cenário sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Previdência – Ele afirmou ainda que a Previdência no País não é reformável e que será necessário buscar outro modelo. Ele defende que se institua um modelo de capitalização, com um regime de repartição com regra de transição. Cobrou ainda uma unificação das previdências pública e privada. O pré-candidato defendeu também a realização de uma consulta popular para alterar o regime previdenciário e citou o fato de que 2% dos beneficiários — incluindo juízes, procuradores e políticos — do regime levam 25% dos recursos dos benefícios. Judiciário – Assim como Bolsonaro, Ciro também fez críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). Para ele, ministros do STF estão “exorbitando” das suas atribuições. “O Judiciário brasileiro precisa voltar para o seu quadrado, o Ministério Público brasileiro precisa voltar para o seu quadrado”, ressaltou, para quem é preciso “restaurar” a autoridade. Depois, em entrevista coletiva, o pré-candidato afirmou que o “colapso” do poder político, com a desmoralização do presidente e do Congresso tem permitido essa interferência do Judiciário. “Eu acho que esse estado de anarquia passou dos limites. Tem que restaurar a plenitude do poder democrático. Não é hostilidade a ninguém, mas é cada qual no seu quadrado”, reforçou.
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