Política

Congresso foge de temas polêmicos

Brasília – Ainda que tenham definido algumas semanas neste semestre para realizar um esforço concentrado de votações, tanto a Câmara quanto o Senado irão se esquivar nos dois meses que antecedem as eleições de temas que mesmo em condições normais de temperatura e pressão já causam embates. Sem quórum expressivo e em meio ao clima de campanha, o Senado deve desviar do projeto da chamada cessão onerosa e da proposta que trata da privatização de distribuidoras da Eletrobras. O comportamento na Câmara não deve ser muito diferente, e temas sensíveis – como a matéria que trata do aumento da participação de capital estrangeiro em companhias aéreas – não devem ser abordados nos próximos dias, garantiu uma fonte que acompanha a definição da pauta. “Nós temos três fatores que não recomendam qualquer tema que não seja consensual. Primeiro, um quórum que ainda está baixo; segundo, estamos a dois meses de uma eleição onde será eleito um novo presidente; o atual governo tem baixíssima legitimidade ou quase nenhuma legitimidade para tocar remas que interessam ao Brasil”, afirmou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). “Então recomenda o bom senso, determina o respeito à democracia, que possamos esperar a vontade soberana do povo brasileiro paa que, aí sim, com um novo presidente eleito, possamos ter a pauta desse novo governo, já que estamos com um governo moribundo, um governo fraco, um governo sem credibilidade”, acrescentou. O líder da Minoria no Senado, Humberto Costa (PT-PE), não descarta mudanças no entendimento da maioria dos líderes e do presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE) de evitar temas polêmicos, mas reconhece que há dificuldades para a votação de assuntos controversos. “As pautas mais complexas, o presidente prefere votar em outro momento, até porque segundo ele essas pautas interferem diretamente no próximo governo e os próprios candidatos à Presidência da República têm se esquivado de debater esses temas”, disse Costa. “O entendimento do presidente e da maioria dos líderes foi esse, de que não vale a pena, neste momento, tratarmos de assuntos que pela sua complexidade e deveriam ser objeto de uma discussão mais profunda”, explicou o senador petista.

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