Com Copasa e Gasmig em foco, deputado alega que privatização de empresas é para melhorar o serviço
O debate sobre a privatização ou federalização da Copasa, e a inclusão da Gasmig na proposta, tem gerado apreensão entre os funcionários das empresas em jogo, e até uma greve marcada para a próxima semana.
O deputado relator da comissão que apresentou o caso na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (28), afirmou ao Diário do Comércio que o objetivo da proposta é aprimorar os serviços das empresas, e não apenas arrecadar recursos para abater a dívida do governo estadual com a União.
A inclusão da Gasmig no pacote de privatizações foi apresentada por Gustavo Valadares (PSD), relator da Comissão Especial da ALMG. Ex-secretário do governo Zema, o parlamentar distribuiu cópias do novo parecer aos colegas, e o presidente da comissão, Cássio Soares (PSD), convocou nova reunião para análise da proposta às 16h20.
Além de incluir a Gasmig, o parecer prevê que, em caso de privatização, os recursos obtidos com a venda das estatais sejam destinados a um fundo estadual de saneamento básico, a ser criado por lei específica.
Questionado pela reportagem, Gustavo Valadares afirmou que o objetivo principal das privatizações não é arrecadar recursos para o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), mas agilizar processos e melhorar a qualidade dos serviços prestados pelas empresas.
“Não tenho ideia de quanto vale a Gasmig, mas é óbvio que todo recurso ajuda um Estado devedor, que hoje tem uma dívida de quase R$ 180 bilhões”, complementou.
Proposta pelo governador Romeu Zema (Novo), a PEC 24/23 foi aprovada em primeiro turno no Plenário da ALMG, na madrugada da última sexta-feira (24), com 52 votos favoráveis e 18 contrários, após um longo processo de obstrução liderado pela oposição.
A proposta tem como principal objetivo, de acordo com o governo estadual, pagar a dívida do Estado com a União ou cumprir outras obrigações assumidas no Propag.
Trabalhadores da Copasa entrarão em greve
Os sindicatos que representam os trabalhadores da Copasa e da Cemig repudiaram a inclusão da Gasmig na proposta. As entidades defendem que nenhuma privatização avance sem debate público e consulta popular.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Agua e em Serviços de Esgotos de Minas Gerais (Sindágua-MG), que representa os funcionários da Copasa, convocou uma greve da categoria para a próxima terça-feira (4), sem data para acabar.
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