Estudo da McKinsey trará agenda com desafios para o Estado após eleições
Assim como o estudo “Visão Brasil 2030: Contribuindo para a transformação do Brasil” identificou problemas e propôs soluções para o desenvolvimento nacional, a consultoria McKinsey elabora agora o Visão Minas 2030. De maneira semelhante ao organizado nas eleições de 2014 e atualizado agora em âmbito nacional, trata-se de uma agenda propositiva para o País e o Estado, com apontamento dos desafios que qualquer governante eleito irá enfrentar a partir do ano que vem. De acordo com o sócio da McKinsey, Henrique Ceotto, o recorte de Minas Gerais, que ficará pronto em setembro, vai abordar as aspirações nacionais sob o ponto de vista da realidade mineira. A ideia é elaborar um documento e apresentá-lo não somente aos candidatos ao governo do Estado, mas também a entidades de classe empresariais. “Queremos promover discussões relevantes sobre temas inerentes ao desenvolvimento brasileiro. Vamos abordar objetivos amplos no recorte de Minas Gerais, identificando as intervenções mais adequadas para a realidade do Estado”, explicou. Nesse sentido, conforme Ceotto, assim como no Visão Brasil 2030, o estudo mineiro vai abordar as dimensões de educação, saúde e desenvolvimento econômico. “No caso do Brasil, por exemplo, o que identificamos ao atualizar os dados é que o País andou de lado ou para trás nos últimos quatro anos. Infelizmente, a educação brasileira não prepara adequadamente os alunos, a saúde é ineficiente e o desenvolvimento econômico acaba comprometido pelos investimentos inadequados”, detalhou. Especificamente em educação, a pesquisa apontou que o País recuou no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), com menos da metade das crianças de até 8 anos alfabetizada. No Ensino Médio, 93% dos alunos não aprenderam matemática e o acesso ao ensino superior ainda é limitado – apenas 15% da população possui diploma universitário. Foram avaliadas experiências nacionais e internacionais de educação com inspirações que podem contribuir para a transformação do Brasil. Entre os exemplos está o Programa de Intervenção Pedagógica (PIP), que foi aplicado em Minas Gerais de 2007 a 2013 e levou o Estado da penúltima à segunda posição no Índice de Oportunidade da Educação Brasileira (IOEB). No entanto, em 2014, o programa foi extinto. Na saúde, o Brasil foi o país que mais aumentou a sua expectativa de vida ao nascer entre os países da América Latina. Também reduziu em 8% a taxa de mortalidade infantil nos últimos anos. Mas, apesar da melhora, o País ainda fica atrás dos outros latino-americanos em ambos indicadores. “Os melhores países da América Latina têm quatro anos a mais de expectativa de vida e nível de mortalidade infantil três vezes menor do que o brasileiro”, exemplificou Ceotto. Retrocesso – Um dos motivos apontados para o retrocesso nos indicadores é a falta de investimentos em setores prioritários, que atualmente está em 15% do Produto Interno Bruto (PIB), menor que o de países como Chile, México, Índia e Colômbia, por exemplo. Assim, entre as soluções apontadas pelo estudo para promover uma maior adequação dos investimentos no País e consequentemente a evolução nos índices avaliados, estão medidas como: aumentar o patamar de investimentos para 25% do PIB; conter o aumento de gastos públicos correntes, que atualmente representam 36,6% do PIB; aumentar a participação do comércio internacional para 50% do PIB, estimada em 25% desde os anos 2000; e elevar o acesso da população a bens e serviços mínimos à dignidade. Atualmente, cerca de 40% a 60% da população não possui saúde, educação, saneamento básico e alimentação adequados; entre outros.
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