PT não tem plano B, sem Lula, diz Haddad
São Paulo – Dentro do Partido dos Trabalhadores não existe um plano B alternativo à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde o dia 7 de abril, à Presidência da República no pleito de 2018, disse ontem o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. “Vocês jornalistas estão trabalhando com um cenário e nós com outro. Estamos trabalhando com o Código Eleitoral e o Código no seu artigo 16 A dá total condições do Lula enfrentar a campanha, mesmo que haja por parte dos nossos adversários um pedido de impugnação”, disse Haddad. De acordo com o ex-prefeito, com base na legislação eleitoral que dá amparo ao registro da candidatura de Lula, o PT levará seu nome até o fim. Indagado se aceitaria ser o candidato do partido, caso Lula seja impedido de concorrer, Haddad disse que “essa discussão não foi e não será aberta dentro do PT”. Questionado pela reportagem sobre o fato de o PT, um dos maiores partidos do País, não trabalhar com mais de um cenário numa situação como essa – já que para alguns especialistas em direito eleitoral, Lula deverá ser impedido de concorrer ao Palácio do Planalto neste pleito, com base na Lei da Ficha Limpa -, Haddad retrucou: “Esta é a resposta mais sincera que posso te dar; nós nunca discutimos internamente um cenário sem o Lula. E é ele quem está conduzindo o processo e eu como seu parceiro e advogado vou lutar pelo seu registro.” Reservas externas – O programa de governo do Partido dos Trabalhadores (PT), que deve ser concluído na semana que vem, considera usar parte das reservas externas em dólares do País para fazer frente ao rombo nas contas públicas. Foi o que disse Haddad ao chegar à sede do Banco do Brasil, na avenida Paulista, onde fica o escritório representativo do Ministério da Fazenda. Haddad, que se reuniu com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse ser preferível lançar mão de parte das reservas a ter que aumentar impostos. “Em 2002, a crise também era grave, o dólar chegou ao patamar de R$ 4,00 e o presidente Lula não aumentou impostos. E não tínhamos reservas”, disse acrescentando que o programa do PT considera a utilização de uma pequena parte das reservas. O ex-prefeito disse que foi convidado por Guardia e Ilan para conversarem sobre a situação econômica do País e que não poderia recusar o convite. “A equipe econômica tem feito reuniões com os representantes dos candidatos justamente para apresentar o quadro da economia brasileira para orientar o debate. Eu acho proveitoso que se faça isso para que as pessoas tomem conhecimento com transparência do que está acontecendo e cada candidato, evidentemente, vai apresentar sua solução”, disse Haddad, para quem o convite é muito adequado para esse momento de transição.
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