Política

Reforma da Previdência em pauta

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro disse ontem que a reforma da Previdência que será enviada ao Congresso trará “substanciais” cortes nos desembolsos previdenciários e estabelecerá uma idade mínima de aposentadoria. Paralelamente, ele confirmou que o plano de privatização está quase pronto.

As declarações do presidente foram feitas durante entrevista exclusiva à emissora de televisão da Bloomberg, empresa internacional de notícias, em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

Na entrevista, Bolsonaro se disse comprometido a adotar medidas para impedir qualquer movimento negativo na economia brasileira. Segundo o presidente, há uma “consciência” no país que as reformas em discussão, como a da Previdência e a tributária, são “vitais”.

Segundo a reportagem publiada em inglês no site da Bloomberg, Bolsonaro disse que a aprovação da proposta é praticamente certa por causa da situação econômica do país.

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De acordo com a publicação da Bloomberg, Bolsonaro disse que há esforços para modernizar o Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além da Venezuela, que está suspensa) e permitir que o Brasil faça acordos comerciais separados do bloco.

O texto menciona o impasse nas negociações entre Mercosul e União Europeia. De acordo com a reportagem, o presidente afirmou que as dificuldades envolvem a resistência da França à demanda brasileira relacionada a bens agrícolas.

Durante a entrevista à Bloomberg, segundo a reportagem, o presidente fez questão de responder sobre as investigações relacionadas às movimentações financeiras atípicas envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). De acordo com Bolsonaro, se for comprovado que o filho errou, “terá que pagar o preço” pelas ações atribuídas a ele.

Cancelamento – A entrevista coletiva que estava prevista para as 13h (horário de Brasília) de ontem do presidente Jair Bolsonaro e ministros, em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, foi cancelada.

Inicialmente, foi informado aos jornalistas em Davos que Bolsonaro não participaria mais da entrevista com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública). Posteriormente, no entanto, a coletiva de todos foi cancelada.

Questionada, a assessoria da Presidência afirmou que a decisão de Bolsonaro deu-se por conta do cansaço após a maratona de compromissos no Fórum Econômico Mundial, conforme explicado pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

À imprensa, Heleno justificou que Bolsonaro voltou para o hotel para descansar e lembrou que ele será operado no retorno ao Brasil. O presidente deve passar por cirurgia para reversão da colostomia na próxima segunda-feira.

“Ele já não dorme muito bem, de muito tempo, não é de hoje. Então ele está sempre, se dá uma chancezinha ele dorme dentro do carro, porque é cansativo, a programação é cansativa. Então ele veio dar uma descansadinha, já que o próximo encontro é no hotel, vai aproveitar para dar uma descansada. Nada além disso. Os encontros têm sido ótimos”, disse Heleno a jornalistas em Davos.

“Ele está com uma bolsa ainda, próximo de uma operação. Então, não é recomendável, e o médico está junto dele e volta e meia aconselha ‘presidente, dá uma descansada’. Isso é normal na situação que ele está vivendo, não houve nada de estranho”, acrescentou.

A assessoria de imprensa da Presidência, contudo, não explicou imediatamente a razão pela qual os ministros também cancelaram sua participação. A assessoria de imprensa do Ministério da Economia também disse não ter posição imediata. (ABr/Reuters)

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