Política

Relação entre poderes deve ter mudanças

Brasília – O cientista político Creomar de Souza, da Universidade Católica de Brasília, avalia que o modelo que Bolsonaro tenta imprimir ainda mesmo antes de assumir o governo é um esforço em uma nova lógica de administração pública e repartição do poder, e que os dois lados, Executivo e Legislativo, vão iniciar um aprendizado de convivência.

“É um modelo que ainda não está consolidado. É um ensaio, um esforço de uma nova lógica. Os parlamentares também vão ter que aprender a lidar com o governo. O governo é novo e o Congresso também.”, disse.

Ao assumir o risco de montar um primeiro escalão sem consultar as bases partidárias, o governo não sabe como essa troca com os partidos se dará, e terá que assumir riscos de tomar decisões difíceis sem saber o resultado final, avaliou.

Para Creomar, é preciso dar tempo para se saber como isso vai caminhar. .
O especialista identifica pontos de tensão dentro do próprio governo, com possíveis disputas entre um modelo econômico liberal e grupos que têm outras visões de Estado.

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“A gente não sabe, por exemplo, como esses militares que são egressos da vida de Estado e vão passar a ter vida de governo vão lidar com pessoas que têm experiência profissional como Guedes, mas que não têm experiência da coisa pública”, argumentou.

Hoje discretos, conflitos sobre políticas públicas já surgiram, por exemplo, na intenção da equipe econômica de enxugar o Estado, com mais privatizações, e a resistência de setores militares em abrir mão de áreas consideradas estratégicas.

“Há um governo com uma agenda liberal cercado por um grupo que quer um pedaço da coisa pública para eles, além de grupos de apoio ao governo altamente conservadores e corporativistas”, lembrou. (Reuters)

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