Clima e preços favorecem produção em Minas

Mesmo com estiagem em algumas regiões do Estado em abril, volume a ser colhido em 2021/22 deve crescer 16,7%

13 de maio de 2022 às 0h30

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Cultura de soja em Minas deve apresentar montante 8,1% superior e atingir 7,59 milhões de toneladas | Crédito: Emater-MG/Divulgação

O clima mais favorável para o desenvolvimento da safra de grãos e os preços valorizados têm estimulado a produção em Minas Gerais. Na safra 2021/22, a estimativa é de um aumento de 16,7% no volume de grãos a ser colhido, podendo alcançar o montante de 17,9 milhões de toneladas. Neste ano, houve um aumento de 9,9% na produtividade, favorecida pelo clima, e de 6,2% na área, estimulada pelos preços e demanda em alta.

Entre os produtos, destaque para o milho e a soja, cujas produções tendem a ficar 24,6% e 8% maiores, respectivamente. Os dados são do 9º Levantamento da Safra de Grãos, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A atual safra de grãos no País está prevista em 270,2 milhões de toneladas, volume 5,7% superior. 

De acordo com o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Rafael Fogaça, apesar do clima mais favorável que o registrado na safra anterior, algumas regiões do País, incluindo Minas Gerais, vêm enfrentando problemas com a estiagem, o que vai interferir no rendimento da segunda safra no Estado. Mesmo com a escassez de água, a tendência é que a produção se mantenha acima da colhida no ano passado, mas menor que as estimativas iniciais para a safra atual. 

Conforme o levantamento da Conab, Minas Gerais registrou, em abril, baixos volumes de chuva, principalmente, nas regiões Central, Norte e Leste, o que reduziu ainda mais o armazenamento de água no solo e, consequentemente, impactou os cultivos de algodão, feijão e milho segunda safra.

“A gente observou uma estiagem mais intensa no Triângulo e Noroeste de Minas.Tivemos em campo, em abril, visitando lavouras. Ainda que haja uma escassez, as lavouras ainda estão em boas condições. A expectativa é de redução da produtividade frente ao potencial caso o clima fosse o adequado”, disse.

Segundo o estudo da Conab, a produtividade média para o Estado está em 4,3 toneladas por hectare. Volume 9,9% maior. Já a área plantada, 4,08 milhões de hectares, cresceu 6,2%.

Produtos

Dentre os produtos, um dos destaques é o milho. O Estado colheu na primeira safra 5,5 milhões de toneladas, superando em 9% o registrado na primeira safra de 2021. A produtividade, 6,5 toneladas por hectare, ficou 6,4% maior. Com os preços valorizados, o cultivo foi estimulado e a área cresceu 2,5%, somando 839 mil hectares. 

A segunda safra do cereal tende a ser 64,6% maior, com a colheita estimada em 3,24 milhões de toneladas. É esperada recuperação da produtividade, que, no ano anterior, foi drasticamente afetada pela seca e geada. A estimativa é colher 5,58 toneladas por hectare, variação positiva de 40,5%. A área cultivada está 17,1% superior, chegando a 580 mil hectares. 

Com o resultado das duas safras, a produção total do cereal, no Estado, pode ficar 24,6% maior na safra 2021/22 e chegar a 8,7 milhões de toneladas.

Resultado positivo também é esperado na cultura da soja. Minas deve somar 7,59 milhões de toneladas, volume 8,1% superior. Neste ano-safra, a área cultivada, 1,9 milhão de hectares, cresceu 4,4%. A produtividade ficou 3,5% maior e chegou a 3,8 toneladas por hectare.  

Para o feijão é esperada queda na produção. A produção total em Minas Gerais será de 513,1 mil toneladas, 3,1% a menos. A primeira safra de feijão tende a recuar 10,9%, com a colheita de 199,9 mil toneladas. A concorrência com outros grãos fez com que a área de feijão ficasse 0,9% inferior, somando 150 mil hectares. A produtividade esperada é de 1,3 tonelada por hectare, 10,1% menor.

Já na segunda safra, a produção de feijão pode chegar a 139,2 mil toneladas, alta de 10,7%. Para a terceira safra de feijão, a produção foi estimada em 174,1 mil toneladas, volume 2,8% inferior. 

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