Custo da energia deverá subir 19% no próximo ano

4 de dezembro de 2021 às 0h20

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Crédito: AG PR

São Paulo – Com a disparada dos custos de geração de energia elétrica, a conta de luz pode registrar um aumento médio de 19% no próximo ano no País, conforme estimativa da TR Soluções, empresa de tecnologia especializada no setor elétrico.

Grande parte da alta esperada reflete o déficit entre os custos com a geração de energia e os valores arrecadados nas contas através das bandeiras tarifárias, o que acaba sendo repassado na conta de luz, importante item considerado nos índices inflacionários.

Pelas projeções da TR, o saldo negativo da Conta Bandeiras, a ser considerado nos eventos tarifários das distribuidoras de 2022, deve chegar a R$ 17,8 bilhões.

Também vão impactar a conta de luz os aumentos das tarifas das distribuidoras nos processos de revisão previstos para o primeiro semestre, que levam em conta índices inflacionários.

A perspectiva de uma elevação de dois dígitos das tarifas no próximo ano está no radar do governo e da Aneel, que preparam medidas para atenuar o reajuste.

Entre as ações está um novo empréstimo às distribuidoras de energia, que virá para reduzir o déficit da Conta Bandeiras e bancará outras ações emergenciais tomadas no gerenciamento da crise hídrica.

Nesta semana, o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, disse que o aumento médio das tarifas de energia em 2022 será “muito inferior” à projeção de 21% que consta em documento oficial da Aneel.

De acordo com Pepitone, o número não considera ações de gestão tarifária que já estão na agenda da Aneel, como a antecipação de um aporte de R$ 5 bilhões em recursos da capitalização da Eletrobras e a redução do serviço da dívida de Itaipu.

Leilão – Os leilões de energia existente A-1 e A-2 realizados na sexta-feira (3) somaram uma contratação de 137 megawatts (MW) médios, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O deságio médio do certame A-1 chegou a 12,81%, ao preço de R$ 209,25 /MWh. Já o desconto médio do A-2 ficou praticamente nulo (0,02%), ao preço de R$ 199,97 /MWh.

Os leilões de energia existente, dos tipos “A-1” e “A-2”, servem para que distribuidoras façam reposição de contratos no curto prazo.

O leilão A-2 de energia existente contratou 71 megawatts (MW) médios, ou 1.245 gigawatts-hora (GWh), ao preço médio de R$ 199,97/MWh.

Foram compradoras no certame as distribuidoras Cemar (MA) e Celpa (PA), controladas pela Equatorial, e a CPFL Jaguari, segundo a CCEE. A subsidiária da CPFL foi responsável por 37% do total de energia negociada no certame, enquanto Cemar e Celpa ficaram com pouco mais de 30% cada.

Do lado vendedor, foram vencedores empreendimentos das empresas Eletronorte, Kroma, Vivaz Energia e Maxima Energia localizados nos submercados Norte e Nordeste. O suprimento da energia inicia em 1º de janeiro de 2023 e termina em 31 de dezembro de 2024.

No total, o certame movimentou R$ 249 milhões em contratos na modalidade “por quantidade”. Nesse produto, os custos decorrentes dos riscos hidrológicos serão integralmente assumidos pelos vendedores.

O certame também ofereceu contratação de energia “por disponibilidade”, produto específico para termelétricas movidas a biomassa, carvão mineral nacional, gás natural e gás de processo. Porém não houve contratação nessa categoria.

Cemar e Celpa também compraram energia no certame A-1, realizado mais cedo. Ao todo, foram comercializados nesse leilão 66 megawatts (MW) médios, ou 1.156 gigawatts-hora (GWh), ao preço médio de R$ 209,25/MWh, deságio de 12,81%.

Venderam energia no leilão A-1 a Alupar e as comercializadoras Brasil, Copel e Safira. No total, o certame operacionalizado pela CCEE movimentou R$ 241,96 milhões em contratos por quantidade.

ONS estima alta de 0,9% no consumo em dezembro

São Paulo – O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) agora enxerga um aumento na carga de energia elétrica em dezembro, ao mesmo tempo em que espera menos chuvas no mês em relação ao previsto na semana passada para as principais regiões com reservatórios de hidrelétricas.

A carga nacional de energia elétrica deve subir 0,9% no mês de dezembro, atingindo 70.672 megawatts (MW) médios. Na semana passada, a previsão era de queda de 0,5%.

O ONS também estima que os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste devem atingir 25,7% de sua capacidade até o fim de dezembro. Esse nível representa uma piora frente à projeção anterior, de 26,1%.

Já as chuvas na região Sudeste e Centro-Oeste devem atingir 97% da média histórica para dezembro, ante 99% na estimativa da semana passada.

No Nordeste, as chuvas para o mês estão agora estimadas em 77% da média histórica, versus 86% na previsão anterior.

Para o Sul, a estimativa indica chuvas em 41% da média histórica de dezembro, ante 55% na previsão anterior. (Reuters)

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