Expansão da ArcelorMittal vai beneficiar Minas Gerais
8 de outubro de 2021 às 0h30
A alta demanda do mercado e as perspectivas de crescimento econômico levam a ArcelorMittal a programar um novo ciclo de investimentos bilionários no Brasil a partir do ano que vem. O projeto para a expansão da produção de aços longos e minério de ferro já está em fase final de estruturação e aprovação e deverá ser anunciado em breve, com execução prevista até 2025. Grande parte dos recursos (70%) será destinada a Minas Gerais.
A informação é do novo presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula, que acumula ainda os cargos de CEO da ArcelorMittal Aços Longos Latam e Mineração Brasil. Embora não revele o montante a ser investido, o executivo contou que o plano visa aumentar a capacidade produtiva da siderúrgica no Brasil.
“Estamos atingindo excelentes resultados e temos que aproveitar para projetar o futuro. Para isso, temos alguns projetos e desafios e um deles é este grande investimento, que já está em fase bastante adiantada e precisa ser aprovado pelo conselho de administração, para daí termos a execução”, explicou.
A aposta se ancora no bom momento vivido pelo setor. De Paula lembra que, após a crise de 2015 e 2016, quando o consumo de aço no País caiu consideravelmente, desde o ano passado os volumes voltaram a crescer. Para este ano a expectativa é que o consumo aparente cresça 23% e que no ano que vem, mesmo com a base forte do atual exercício, aumente em torno de 5%. E a empresa avançará na mesma proporção.
Tudo isso em função do crescimento do mercado imobiliário, cujo déficit chega a 6 milhões de residências e gera nova demanda de 1 milhão a cada ano; do agronegócio, que demanda maquinário; e de obras de infraestrutura, a partir de concessões e privatizações de rodovias, portos, ferrovias no País.
Pelos mesmos motivos, a companhia já anunciou que o laminador 3 da unidade de João Monlevade (região Central) entrará em operação a partir de janeiro de 2022. Ao todo, os recursos destinados para o equipamento somam R$ 580 milhões, considerando os investimentos para implantação do equipamento e os desembolsos para o seu acionamento – sendo que mais de 90% do investimento foi desembolsado na implantação do equipamento em 2015.
“A capacidade do laminador é de 1 milhão de toneladas de aço por ano, no entanto, a produção se dará de forma gradual e alinhada à demanda do mercado”, ressaltou o CEO. Os laminadores 1 e 2 prosseguirão no desenvolvimento de aços especiais da unidade que, atualmente, possui capacidade instalada de 1,2 milhão de toneladas de aço por ano.
Ele também citou a retomada da aciaria na unidade de Barra Mansa (RJ), que demandou investimentos da ordem de R$ 19 milhões.
Desempenho em 2021
Assim, conforme o executivo, o resultado da ArcelorMittal Brasil — que consolida operações na Argentina, Costa Rica e Venezuela — neste ano será superior ao de 2020. A receita líquida foi de R$ 33,1 bilhões, com lucro de R$ 1,2 bilhão.
Ele diz que, além de fazer acontecer tantos investimentos, sua missão no novo cargo ainda inclui dar continuidade ao que a empresa já construiu e desenvolveu em 100 anos de operações no Brasil.
“Estamos completando 100 anos aqui, onde a Belgo-Mineira montou a primeira planta de aço da América Latina, em 1921, na cidade de Sabará (RMBH). De Minas saiu a primeira siderúrgica integrada da América Latina. São 100 anos de muito pioneirismo e inovação. Queremos, com pé no chão, olhar para o futuro e continuar crescendo de forma sustentável”, resume.
Para isso, também vai acompanhar todas as outras frentes da companhia no País, incluindo os planos de investimento em geração de energia renovável e descarbonização.