Mercado imobiliário registra expansão em BH e Nova Lima

17 de setembro de 2021 às 0h30

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Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O mercado imobiliário de Belo Horizonte e Nova Lima segue apresentando resultados e expectativas positivas para 2021. De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), no acumulado do ano até julho, a comercialização de imóveis residenciais cresceu 48,87% frente a igual período do ano passado.

Outro ponto positivo são os lançamentos, que cresceram 87,95% no mesmo período. As taxas de juros ainda baixas e a maior oferta de crédito são pontos favoráveis que têm estimulado o mercado.

Apesar do resultado positivo, o gargalo do setor continua sendo os custos elevados com os insumos. O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²), nos últimos 12 meses, acumula a alta de 20,05%, variação recorde.  

De acordo com o “Censo do Mercado Imobiliário de Belo Horizonte e Nova Lima”, de janeiro a julho de 2021 foram vendidos 3.238 apartamentos novos em Belo Horizonte e Nova Lima. O número representa um avanço de 48,87% em relação aos 2.175 imóveis vendidos em igual período de 2020. O maior volume de vendas ocorreu nas regiões Oeste, Centro-Sul, Barreiro e Norte.

Com o mercado aquecido, as vendas de 2021 superaram até mesmo as feitas antes da pandemia. Em comparação com os primeiros sete meses de 2019, quando foram vendidas 1.932 unidades, o aumento foi ainda mais expressivo e chegou a 67,60%. 

No acumulado dos primeiros sete meses de 2021, as vendas de apartamentos standart (de R$ 215 mil a R$ 400 mil) se destacaram e totalizaram 1.084 unidades, respondendo por 33,5% do total de vendas. Em seguida vieram as vendas do padrão econômico (até R$ 215 mil) com 1.015 unidades e 31,3% do total.

De acordo com a economista e assessora econômica do Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos, um conjunto de fatores está contribuindo para o crescimento das vendas. 

“Os resultados mostram a força e dinamismo do mercado imobiliário. As taxas de juros, mesmo após as altas, ainda estão baixas e muito atraentes para que os consumidores comprem a casa própria. Além disso, há uma oferta de crédito grande no mercado. O momento é muito interessante para comprar um imóvel. Com os custos dos insumos em alta, os próximos lançamentos podem vir mais caros”, explicou.

Lançamentos 

Os dados do Sinduscon mostram que o melhor desempenho também é registrado nos lançamentos, que totalizaram 3.323 unidades entre janeiro e julho de 2021, o que representa uma alta de 87,95% em relação a igual período de 2020, quando foram lançadas 1.768 imóveis, e de 161,04% em relação ao mesmo intervalo de 2019, que somou 1.273 apartamentos.

Outro destaque positivo é a velocidade de vendas média do período, que chegou a 12,5%, patamar muito acima dos 7,7% observados em 2020 e de 6,5% em 2019.

Apesar do aumento dos lançamentos, o estoque de imóveis novos segue enfraquecido e está no menor patamar da série histórica. Em julho, o estoque totalizava 3.149 unidades, 6,72% menor que em igual período de 2020 e 43,07% inferior que o início da série histórica, que foi em 2016 e quando havia 5.531 unidades disponíveis para venda. 

Nos últimos 12 meses finalizados em julho, o preço médio de venda de apartamentos novos, em Belo Horizonte e Nova Lima, aumentou 16,14%, com o metro quadrado sendo comercializado em torno de R$ 10.364.

“O aumento do custo da construção e o baixo patamar de unidades disponíveis para a comercialização contribuíram para o aumento nos preços”, disse Ieda.

CUB

Apesar dos resultados positivos, o setor da construção enfrenta o gargalo do aumento expressivo dos custos com insumos. De acordo com dados do Sinduscon, o Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²) aumentou 0,85% em agosto. Com o resultado mensal, o CUB acumulou elevação de 14,67% nos primeiros oito meses do ano, sendo o maior índice para o período pós-Real. Nos últimos 12 meses, encerrados em agosto, a alta ficou em 20,05%, novo recorde.

A economista e assessora econômica do Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos, destaca que a variação observada em agosto foi a menor desde julho de 2020 (0,41%), e a primeira vez que o indicador apresentou variação inferior a 1% desde dezembro de 2020 (0,98%).

Em agosto, o custo com material de construção cresceu 1,74%, a menor variação desde julho de 2020 (0,97%). O resultado elevou para 26,04% a alta registrada nos primeiros oito meses de 2021 e para expressivos 40% nos últimos 12 meses.

No acumulado dos primeiros oito meses de 2021, os maiores aumentos foram verificados na chapa compensado (87,08%), aço (55,34%) e tubo PVC rígido 150 mm (44,12%).

Alguns insumos apresentaram variação acima de 100% nos últimos 12 meses: chapa de compensado (110,61%) e o aço (103,42%). No mesmo período, outros insumos também tiveram variações expressivas, como o fio de cobre (78,03%), tubo de ferro galvanizado (66,28%) e tubo de PVC rígido (63,18%).

CEF anuncia redução nas taxas de juros

Brasília – A Caixa Econômica Federal anunciou ontem uma redução na taxa de juros do crédito imobiliário. Os detalhes foram anunciados em um evento para o setor de construção civil realizado na sede do banco, em Brasília.

A redução dos juros ocorre em uma modalidade específica de financiamento habitacional, o crédito Poupança Caixa. A Caixa oferece atualmente quatro modalidades de financiamento da casa própria: crédito com taxa fixa de juros, crédito com correção pela Taxa Referencial (TR), financiamento corrigido pela inflação (IPCA) e o crédito Poupança Caixa, em que a taxa de juros tem uma parte fixa, definida pelo banco, e outra variável, que corresponde à remuneração da poupança.

É justamente na taxa fixa cobrado pelo banco que houve redução de 3,35% ao ano (a.a.) para 2,95% a.a. Com isso, o crédito Poupança Caixa passa a ser 2,95% a.a + rendimento da poupança. Variável, o rendimento da poupança corresponde a 70% da Taxa Selic, a taxa básica de juros, atualmente em 5,25%. Na prática, o crédito nessa modalidade terá correção de 6,62% a.a., se considerarmos o valor da Selic vigente no momento.

A partir de 4 de outubro, já será possível realizar as simulações com as novas condições da linha de crédito imobiliário Poupança Caixa, tanto pelo aplicativo Habitação Caixa ou diretamente no site do banco. As contratações começam no dia 18 do mesmo mês.

Atualmente, a carteira de crédito habitacional da Caixa soma um volume R$ 534,6 bilhões, com 5,8 milhões de contrato, o que representa 67,3% de todo o financiamento imobiliário concedido no País. (ABr)

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