Produção de aço avança 16% no Estado

Das quase 21 milhões de toneladas de aço bruto produzidas no Brasil entre janeiro e julho de 2021, Minas Gerais respondeu por 29,4% ou 6,17 milhões de toneladas.
Embora o Estado tenha perdido mercado no último ano, já que nos primeiros sete meses de 2020 detinha 30,9% de market share, permanece na liderança do parque siderúrgico nacional e pode voltar a ganhar espaço a partir de importantes e vultosos investimentos previstos para os próximos exercícios em aumento de produção.
O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar com 28,1% do mercado e o Espírito Santo logo em seguida com 20,8%. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, a fatia perdida por Minas no último ano foi absorvida pelo estado capixaba, que de janeiro a julho de 2020 respondia por 16,8% do mercado, enquanto a produção fluminense era de 29,8% há um ano.
A produção de aço mineira passou de 5,318 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a julho do ano passado para 6,170 em 2021, um aumento de 16% entre os exercícios. No País, o incremento chegou a 22% no mesmo comparativo e, conforme o Aço Brasil, os números mostram que a indústria brasileira do aço está produzindo e atendendo seus clientes em volumes superiores aos verificados antes do início da pandemia do Covid-19.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Neste contexto, em junho, a entidade revisou as expectativas pela segunda vez em 2021, a partir da demanda crescente advinda de diferentes setores. A nova estimativa é que a produção de aço bruto no País aumente 14% em 2021, chegando a 35,8 milhões de toneladas – que, se se concretizada, representará novo recorde histórico para o setor nacional.
“Construção civil, indústria de veículos e máquinas estão retomando, bens de capital, linha branca também têm tido retomada muito consistente do consumo”, ressaltou o presidente do conselho do Aço Brasil e vice-presidente da Gerdau no Brasil, Argentina e Uruguai, Marcos Faraco, na época.
Na ocasião, o presidente-executivo do Instituto, Marco Polo de Mello Lopes, informou que o nível de utilização da capacidade instalada do setor estava em 73,5% – resultado superior à média dos últimos cinco anos. O patamar considerado ideal pela indústria do aço é na faixa de 80%.
Siderúrgicas aumentam produção de aço em Minas Gerais
Assim, as siderúrgicas mineiras seguem com os planos de expansão da produção. No início do mês, a Gerdau anunciou investimento de R$ 6 bilhões no Estado, voltados à expansão, modernização e aprimoramento de práticas ambientais e sociais nos próximos cinco anos.
Conforme publicado, parte dos recursos será destinada à ampliação da capacidade de produção de bobinas quentes, em Ouro Branco, para 250 mil toneladas/ano, o que representa uma expansão de 30% da produção atual. Localizada na região Central do Estado, a planta também vai duplicar a produção de perfis estruturais, que hoje é de 500 mil toneladas/ano, indo para 1 milhão de toneladas/ano.
Também em função da demanda do mercado e perspectivas de crescimento econômico, a ArcelorMittal anunciou no último dia 11, que vai religar o laminador 3 da usina de aços longos em João Monlevade (região Central) a partir de janeiro de 2022.
O laminador, parado desde a montagem em 2015, tem capacidade para 1 milhão de toneladas por ano, mas a companhia afirmou que “a produção se dará de forma gradual e alinhada à demanda do mercado”. A usina tem outros dois laminadores e uma capacidade instalada de 1,2 milhão de toneladas.
O equipamento receberá no acumulado desde 2015 até a reativação R$ 580 milhões em investimentos, sendo que mais de 90% do valor foi desembolsado na implantação.
Já a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) retomou, em junho, a produção do alto-forno 2 da Usina de Ipatinga, no Vale do Aço. Com o retorno, a planta voltou a operar a plena carga na produção de aço bruto. O equipamento tem capacidade de produzir 55 mil toneladas de ferro-gusa por mês ou pouco mais de 600 mil toneladas por ano.
A paralisação durou cerca de oito meses e, desde dezembro de 2020, a Usiminas vinha trabalhando para a retomada da operação do forno. Foram investidos R$ 67 milhões no processo, que gerou cerca de 600 empregos temporários durante as obras, conduzidas, entre outras empresas, pela Usiminas Mecânica.
Ouça a rádio de Minas