BC está “confortável” com cenários para inflação, diz Campos Neto

24 de janeiro de 2020 às 0h16

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Campos Neto afirmou ainda que observa uma grande melhora fiscal no Brasil no curto prazo, citando que o aumento nos preços de commodities melhora as contas do governo | Crédito: Adriano Machado/Reuters

São Paulo – O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (24) que a instituição está “confortável” com a inflação com base nos cenários do banco, acrescentando que o choque do aumento do preço da carne no fim do ano passado vai se dissipar mais rápido depois de ter vindo também mais rápido.

Em evento da XP Investimentos, Campos Neto afirmou ainda que o BC não faz política monetária “olhando um IPCA” e que uma inflação implícita de 3,5%, abaixo do centro da meta perseguida pelo BC para este ano de 4%, não incomoda a autoridade monetária.

“Nos guiamos por inflation target (meta de inflação). Nunca passamos mensagem sobre mudança de mandato em nenhuma hipótese”, afirmou.

Indagado sobre o IPCA-15 mais alto, divulgado na quinta-feira (23), Campos Neto disse que o índice de inflação veio “mais ou menos em linha” com o que o banco esperava.

Ele minimizou ainda a alta nos núcleos do IPCA-15, afirmando que nessas medidas “sempre tem uma contaminação marginal quando um elemento (preços das proteínas) destoa muito”.

Campos Neto lembrou ainda que o BC tem mantido coerência sobre os fatores analisados para definir os juros e lembrou o “gap”, ou defasagem, da política monetária.

O presidente do BC falou ainda sobre a importância da agenda de reformas estruturais da economia para a política monetária. “Sempre mencionamos as reformas, mas não só a da Previdência, a tributária, a administrativa também”, concluiu.

(Reuters)

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