EDITORIAL | Anel de BH pede atenção

12 de março de 2022 às 0h30

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Crédito: Gil Leonardi / Imprensa MG

Fazer o possível será com certeza sempre melhor que não fazer nada, verdade que se aplica às obras de construção da primeira área de escape no Anel Rodoviário, que esta semana o prefeito Alexandre Kalil prometeu entregar ainda neste ano. Técnica largamente empregada, sempre com bons resultados, no exterior, já é adotada em algumas rodovias brasileiras, contribuindo para reduzir acidentes e fatalidades. É algo bastante elementar, consistindo em desvios laterais, ou área de fuga para veículos, pesados principalmente, que de alguma forma tenham perdido controle. Caixas de brita, areia e outros materiais, reduzem a velocidade do veículo até que ele pare sem sofrer ou causar danos.

Apesar da importância da intervenção, que, inclusive, deveria se repetir em outros pontos, o prefeito Kalil reconheceu que se trata de um paliativo e assinalou que os antigos problemas do Anel permanecem. Segundo ele, e com propriedade, não bastará construir o prometido Rodoanel, destinado a desviar parte do tráfego, pesado principalmente, se não houver simultaneamente intervenções no Anel, que não foi concebido e construído para suportar o volume de tráfego atual. O prefeito de Belo Horizonte, que opera a via mas não tem como mandar assumir as obras de, pelo menos, revitalização, pede socorro às autoridades estaduais e federais, reclamando que sejam finalmente liberados recursos tantas vezes prometidos.  Para fazer do Anel uma espécie de nova avenida do Contorno – que aliás bem merece, como reclama a Associação Comercial de Minas, ser rebatizada como avenida JK – inclusive com a construção de sua outra metade, cortando a banda Sul da cidade.

Afinal, como o ex-governador Hélio Garcia não perdia oportunidade de lembrar, nunca existiu um Anel Rodoviário, mas apenas meio Anel, condição que não se modificou. Nada disso pode ser dado como esquecido, com a falsa ideia de que o Rodoanel seja a resposta. Com todas as suas deficiências e limitações o Anel Rodoviário é essencial para locomoção, de passageiros e cargas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, num contexto em que uma visão realista aponta que ainda haverá forte crescimento dessa demanda. Não fazer nada é contrariar a lógica e, mais, a própria responsabilidade de gestores públicos, diante de uma questão que se arrasta há pelo menos 30 anos.

Sem que o traçado seja corrigido, sem interferências que melhorem as condições da descida de 7 quilômetros na região do bairro Betânia, sem eliminação dos gargalos em pontos em que a pista não foi alargada, para apontar o mínimo e o mais urgente, a tal “avenida” nascerá com os mesmos problemas e não merecerá mais que se transformar em mais um motivo para frustração.

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