Moro afirma que ficará no ministério

28 de janeiro de 2020 às 0h04

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Crédito: REUTERS/Adriano Machado

São Paulo – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse ontem  em entrevista à rádio Jovem Pan, que não há motivo para deixar o governo e que irá apoiar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.

Em tom bem-humorado, Moro afirmou que “é o segundo Dia do Fico”.

A frase é uma alusão ao episódio da história do Brasil no qual Dom Pedro 1º recusou-se a voltar a Portugal, que ficou conhecido como “Dia do Fico”.

Indagado se há atrito com o presidente Bolsonaro e se pretende concorrer ao posto de presidente nas próximas eleições, Moro disse que irá apoiar o atual mandatário por “questão de lealdade”.

Moro também foi questionado sobre a possível separação do Ministério da Justiça e Segurança Pública em duas pastas. O ministro afirmou: “Não acho a ideia boa”. Segundo ele, os ministérios juntos são mais fortes.

O ex-juiz desconversou quando indagado se estaria “tudo bem” caso a separação ocorra e disse que para ele o assunto está encerrado após Bolsonaro dizer que há “chance zero” de a mudança ocorrer em breve.

Conforme o jornal Folha de S.Paulo revelou um dia antes, o pedido de recriação da pasta da Segurança Pública foi articulado com Bolsonaro antes de sua reunião com secretários estaduais da área, o que reacendeu o processo de fritura do ministro da Justiça.

Moro foi questionado sobre a possibilidade de ser indicado por Bolsonaro a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) e respondeu que essa é uma “perspectiva interessante”.

Em novembro, a aposentadoria compulsória de Celso de Mello abrirá uma vaga no Supremo, que seria de Moro segundo acordo que Bolsonaro depois desmentiu.

O presidente também tem afirmado que pretende indicar alguém “terrivelmente evangélico”, dando a entender que pode nomear o atual ministro da Advocacia-Geral da União, André Luiz Mendonça.

Moro criticou ainda a proposta de adoção de um rodízio de juízes em comarcas pequenas para viabilizar a implantação do mecanismo do juiz das garantias no sistema judicial brasileiro. O ministro disse que a Justiça não é “rodízio de pizza”.

Questionado sobre a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a mudança de orientação do STF sobre a prisão de condenados em segunda instância, Moro disse que o correto era Lula ter saído após cumprir a pena e a decisão do Supremo foi um retrocesso.

Sobre as críticas da imprensa ao governo Bolsonaro, Moro disse que algumas vezes as reações do presidente são exarcebadas, mas “a imprensa podia dar uma folguinha”.

Na bancada do programa está a apresentadora Marina Mantega, filha do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que chegou a ter a prisão decretada por Moro na Operação Lava Jato.

A filha de Mantega questionou Moro sobre o fato de ele ter determinado a soltura de seu pai após ter ciência de que a esposa de Mantega estava internada em um hospital. O ex-juiz da Lava Jato respondeu que adotou a medida por razões humanitárias. (Folhapress)

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