Finanças

Sindicato tenta impedir reestruturação da Caixa

Sindicato tenta impedir reestruturação da Caixa
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

São Paulo – O sindicato de empregados da Caixa Econômica Federal está se articulando para tentar barrar uma reestruturação liderada pelo presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, incluindo um programa de demissão voluntária e mudanças de cargos com redução de salários.

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), que afirma representar os cerca de 85 mil empregados do banco, convocou, para a próxima terça-feira (10), uma mobilização geral, que incluirá alterar o horário de abertura de algumas das agências do banco.

A Fenae reclama de itens da proposta de reestruturação interna revelada pela Reuters no mês passado, que tem o objetivo de focar mais em vendas de produtos, à medida que a Caixa tenta dar maior visibilidade a unidades de negócios, como seguros, cartões e loterias, que serão listadas na bolsa.

O sindicato reclama das propostas de extinguir estruturas internas de atendimento a prefeituras e à construção civil, de administrar algumas agências sem operadores de caixas, da extinção de 30 superintendências regionais e de transferências compulsórias de empregados, muitos para outras cidades.

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“Qualquer alteração na rede de varejo deveria ser negociada com os empregados, mas não está havendo diálogo por parte da administração do banco”, disse à Reuters o presidente da Fenae, Jair Ferreira.

A Fenae também reclama do processo de vendas de ativos da Caixa iniciado no ano passado, com a venda do braço de loterias instantâneas Lotex e de participações no IBR Brasil, no Banco Pan e na Petrobras, e que deve prosseguir em 2020 com a alienação de parte da Caixa Seguridade e da Caixa Cartões.

“É evidente que a Caixa está sendo privatizada e que o governo disfarça o processo”, disse Ferreira.

O líder sindical argumenta que a venda de ativos, planejada em parte como meio de levantar cerca de R$ 40 bilhões para repagar ao governo recursos tomados anos atrás por meio de Instrumentos Híbridos de Capitas e Dívida, descapitaliza o banco e sua capacidade de oferecer crédito e gerir programas sociais.

Pressão a autoridades – Como parte da pressão para forçar Guimarães a dialogar, a Fenae vem recorrendo a outras autoridades públicas. Na semana passada, enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro pedindo a suspensão das vendas de ativos do banco.

Questionado sobre o fato de a administração atual da Caixa ter sido nomeada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, justamente para tomar essas medidas, Ferreira disse também que está recorrendo a todos os poderes, incluindo os líderes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), na expectativa de que algum deles atenda suas reivindicações.

Consultada, a Caixa afirmou que não vai se manifestar sobre as alegações da Fenae. (Reuters)

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