Marketup adota série de ações para colaborar com MPEs

5 de maio de 2020 às 0h15

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Credito: Divulgação

Com forte apelo em todo o Brasil, movimentos de incentivo a compras de pequenos negócios ganharam ainda mais engajamento nas últimas semanas, com as medidas de distanciamento social adotadas pela maior parte das cidades, no combate ao novo coronavírus (Covid-19).

Dentro desta linha, a Marketup, desenvolvedora de software de gestão e vendas, sediada em São Paulo, adotou uma série de ações para colaborar com as micro e pequenas empresas (MPEs) diante da crise imposta pela pandemia ao País.
Uma delas diz respeito à campanha “Compre do Pequeno Negócio”, que não apenas divulga os pequenos varejistas, como disponibiliza uma plataforma digital que conecta consumidores e estabelecimentos, viabilizando as vendas por novos canais.

De acordo com o sócio-diretor da Marketup, Rodrigo Moreno, criada há algumas semanas, a solução já nasceu com uma base de 150 mil negócios cadastrados, dos quais, cerca de 15 mil estão em Minas Gerais. Isso porque a plataforma utiliza como base os lojistas-usuários do Resource Planning (ERP), fornecido gratuitamente pela empresa.

“Basicamente, a solução pretende atuar no match making entre consumidores e pequenos negócios de uma mesma localidade e, ao mesmo tempo, gerar reais transações e vendas on-line junto a estes estabelecimentos, representando uma saída para a queda de receita, em virtude da crise sanitária imposta pelo coronavírus”, disse.

Segundo ele, o canal de vendas permite que consumidor identifique e encontre os produtos disponíveis em estabelecimentos na sua região, digitando o item e o CEP. Para fazer parte da plataforma, a empresa precisa ter uma conta no sistema Marketup, cadastrar os produtos e mantê-los atualizados. O movimento também conta com o suporte de perfis nas redes sociais, com a divulgação de dicas e informações para esses empresários.

“Além de realizar vendas por telefone, também é possível criar uma loja virtual totalmente gratuita no software de gestão, bem como utilizar o recurso delivery para auxiliar nas entregas”, explicou.

Para uma segunda fase do projeto, a startup já negocia com grandes parceiros, entre eles instituições financeiras e operadoras de máquinas de cartões, visando ampliar o número de empresas cadastradas, considerando a base de aproximadamente 18 milhões de pequenos negócios em território nacional.

“Acreditamos no potencial das micro e pequenas empresas e, mais do que isso, nosso negócio depende da vitalidade delas. Já oferecemos uma solução completa e gratuita para a venda e gestão e, nesta crise, não poderíamos deixar de apoiar e desenvolver opções que contribuíssem de alguma forma para ajudar estes empreendedores”, justificou, argumentando que, juntos, os 150 mil usuários da Marketup transacionam, por mês, cerca de R$ 500 milhões.

Criada em 2015, a Marketup oferece soluções de gestão dos negócios, utilizando tecnologia em nuvem, para que a ferramenta opere on-line, bem como garanta a qualidade dos recursos, sem custo. Os serviços incluem desde o sistema de frente de caixa (PDV, comandas, vendas, entre outros), retaguarda (financeiro, emissão de nota fiscal, estoque etc.) e central de compras.

Conforme o sócio-diretor, a empresa vinha crescendo, nos últimos anos, em torno de 100% tanto em base de usuários quanto em receitas. A expectativa para 2020 seguia neste ritmo, até a chegada da pandemia no País. Agora, os números deverão ser menores. “Este ano será mais difícil. Acreditamos na manutenção do crescimento na base de usuários. Já no caso das receitas, projetamos agora um avanço da ordem de 20% sobre o ano anterior”, calculou.

Crise acelera migração para e-commerce

São Paulo – Os varejistas brasileiros começaram a reabrir as portas após paralisarem por semanas as atividades para evitar a disseminação do novo coronavírus, mas devem atravessar a crise transformados pela pandemia, com o setor de comércio eletrônico fortalecido enquanto redes de lojas físicas enfrentam um caminho íngreme para normalidade.

Essa é uma boa notícia para as principais varejistas on-line B2W, Magazine Luiza e Via Varejo apesar da disputa cada vez mais acirrada com Mercado Livre e Amazon.com no mercado local.

Todas ainda têm espaço para crescer com suas plataformas de marketplace por pelo menos mais dois anos, avalia Thiago Macruz, analista de varejo e e-commerce, segundo o qual a crescente migração de clientes para o varejo on-line se sobrepõe a turbulências econômicas.

“Amazon não está com capital tão intensivo e sua estratégia orgânica no Brasil ainda não virou desafio, mas tem bolsos fundos para o dia que quiser colocar dinheiro no Brasil e mudar o cenário competitivo», disse Macruz.

Enquanto isso, as ações da B2W, que opera sob as marcas Submarino, Americanas.com, Shoptime e Sou Barato, subiram mais de 16% até agora em 2020, superando o tombo de quase 30% do principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa.

A companhia também se destacou em relação às rivais Magazine Luiza e Via Varejo, que foram mais afetadas pela pandemia por terem mais de 1 mil lojas físicas cada.

O crescimento do comércio eletrônico no Brasil acelerou para 30% nas últimas cinco semanas, de acordo com a associação de e-commerce ABComm, com medidas de isolamento social atraindo novos consumidores e levando varejistas desenvolver canais digitais de vendas.

A entidade estima que 80 mil novas lojas on-line tenham sido lançadas desde março, enquanto o número de clientes com ao menos uma compra pela internet cresceu em quase 1 milhão.

“Percebemos que em crises passadas, não só no Brasil, o e-commerce nunca deixou de crescer mesmo com retração do PIB ou outras dificuldades”, afirmou o presidente da ABComm, Maurício Salvador.

“A percepção do consumidor é de que comprar pela internet é sempre mais barato, então em épocas de crise o e-commerce acaba sendo um canal interessante porque o permite pesquisar preços”, acrescentou.

Salvador ponderou, contudo, que a alta das vendas on-line tende a desacelerar em relação ao ritmo observado em março e abril, conforme a recessão abala a confiança e o desemprego aumenta.

Ainda assim, a ABComm manteve sua estimativa inicial de crescimento de 18% do e-commerce em 2020 para R$ 106 bilhões, já que o segundo semestre concentra importantes datas para o varejo.

Caminho difícil – Para lojistas de shopping centers, porém, o caminho para retomada das atividades tende a ser mais difícil.

Aproximadamente 60 dos 577 shoppings do Brasil já reabriram as portas, mas o número pode chegar a 73 até o término desta segunda-feira, conforme mais municípios relaxam as regras de isolamento social, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

A Abrasce calcula que o setor já tenha perdido cerca de R$ 20 bilhões em vendas desde o início da pandemia e alerta que o prejuízo deve ser ainda maior até que a situação se normalize.

As ações da Lojas Renner, por exemplo, acumulam queda de cerca de 30% desde o começo do ano.

“Foram adotados novos protocolos de funcionamento e vemos as pessoas tentando voltar à rotina, mas o fluxo ainda está bem aquém do mesmo período do ano passado”, disse o presidente da Abrasce, Glauco Humai.

Para o economista da Guide, Victor Beyruti, é improvável que a demanda retorne aos níveis pré-pandemia ainda este ano. “Até na China a demanda demorou a voltar, então acho que aqui vai ser um pouco pior”, disse Beyruti.

“Ser o primeiro a reabrir (lojas) tem suas vantagens, mas a reabertura tem que ser estratégica… Não adianta reabrir tudo se não tiver movimento porque isso vai gerar custo”, explicou o economista.

Operadoras de shopping centers atualmente estão em conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para criação de uma linha de crédito para ajudar o setor a atravessar essa crise após a renúncia de quase R$ 1,5 bilhão em isenções fiscais e descontos ou adiamentos de aluguel a lojistas.

Enquanto isso, as empresas vêm se empenhando para reduzir custos. O grupo Iguatemi, por exemplo, está adiando obras de manutenção para cortar os investimentos em cerca de 40% este ano.

“Temos trabalhado intensamente para reduzir as despesas e conceder descontos para aliviar as restrições de caixa (dos lojistas) em abril e maio,” afirmou a diretora financeira do Iguatemi, Cristina Betts, em uma recente teleconferência com analistas sobre o impacto do coronavírus nas operações.

O Iguatemi reabriu apenas um outlet em Santa Catarina, um dos primeiros estados a relaxar medidas de isolamento social, enquanto os demais estabelecimentos funcionam em esquema de drive-thru.

A rival Multiplan também já reabriu um de seus shoppings em Canoas, no Rio Grande do Sul, e os demais operam apenas entregas. “Acho que temos demanda reprimida. O shopping não é só compra, é local de lazer, serviços… Mas o desemprego vai pesar na renda das pessoas», disse o diretor-presidente, José Isaac Peres, a analistas na semana passada. (Reuters)

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