AEB estima redução no superávit da balança do País

23 de julho de 2020 às 0h18

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As exportações de Minas são favorecidas pela queda menor no preço do minério | Crédito: DIvulgação

A pandemia de Covid-19 levou a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revisar para baixo as estimativas do superávit da balança comercial de 2020. Não apenas as incertezas e o desaquecimento global, mas também a retração no mercado interno afetarão as exportações e importações brasileiras neste exercício.

Os resultados de Minas Gerais também deverão sofrer impactos, porém, em menor intensidade, devido principalmente, a concentração da pauta exportadora em commodities.

Os dados projetados para a balança comercial neste ano mostram exportações de US$ 192,721 bilhões com queda de 13,9% em relação a 2019, importações de US$ 145,255 bilhões com queda de 18,1%, e superávit comercial de US$ 47,466 bilhões com aumento de 1,7% frente a 2019.

Assim, o superávit comercial esperado para o Brasil em 2020 será triplamente negativo, pois será obtido com queda nas exportações, nas importações e na corrente de comércio (-15,4%), com geração de redução da atividade econômica.

Esta última, projetada em US$ 339,445 bilhões para 2020 será menor que os US$ 401,333 bilhões apurados em 2019, e mais distante ainda do recorde de US$ 482,292 bilhões obtido em 2011, além de voltar a ficar bem abaixo de US$ 400 bilhões.

É o que explicou o presidente executivo da AEB, José Augusto de Castro. “Isoladamente, a pandemia tem sido a origem de todos os impactos econômicos negativos em 2020, porém outros fatores têm contribuído para as oscilações constantes nas projeções, deixando qualquer cenário imprevisível. Por isso, as palavras de ordem neste momento para todas as empresas – seja ela pequena, média ou grande – são: cautela, alternativas e acompanhamento”, afirmou.

No caso de Minas Gerais, conforme o dirigente, o fato de a economia estar mais baseada em commodities poderá ser benéfico neste momento.

“A perspectiva para o Estado é melhor que a nacional, porque a queda prevista para as commodities estão mais suaves. A soja, por exemplo, já terminou a colheita, e o minério de ferro continua com boa demanda e o preço em elevação”, comentou.

Básicos – Castro ainda chamou a atenção para o aprofundamento da dominação dos produtos básicos na pauta de exportações como um todo. Segundo ele, a projeção de US$ 56,295 bilhões para as exportações de produtos manufaturados volta ao mesmo nível que a indústria brasileira vendeu ao exterior em 2004.

O principal responsável por isso foi a queda na demanda dos países da América do Sul, com destaque para a Argentina, em meio à crise econômica.

Como consequência, soja, minério de ferro e petróleo, principais produtos de exportação do Brasil, pela ordem, aumentarão a participação na pauta de exportações para 34% do total. Em meio a mais uma safra recorde, a soja será, pelo sexto ano seguido, o principal produto de exportação do País.

“Já são 15 anos perdidos por crises internas e externas. O que nos falta principalmente é competitividade. Somente se tivermos uma reforma tributária aprovada e, mais do que isso, efetivamente implementada, é que poderemos ter esperança de recuperar estas perdas mais rapidamente”, alertou.

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