O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) encerrou 2020 com o maior desembolso nominal de sua história: R$ 2,85 bilhões. O volume representa crescimento de 118% em relação a 2019, quando o montante chegou a R$ 1,3 bilhão. Mais uma vez, o maior volume de recursos foi destinado ao setor de comércio e serviços, que somou R$ 1,69 bilhão, representando quase 60% do total. As micro e pequenas empresas (MPEs) também tiveram destaque, tendo recebido R$ 906,2 milhões no último exercício, mais de quatro vezes (343%) que o liberado em 2019 e representando outro recorde para a história da instituição financeira.
Do total liberado, 73% se deram por meio de recursos próprios, 26% foram provenientes de repasses de outras instituições e 1% de recursos de fundos. Ao todo, foram atendidos 13.462 clientes, entre empresas e prefeituras, alta de 165% sobre 2019, mais um número nunca antes registrado na história do banco.
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Para o presidente do BDMG, Sergio Gusmão, não apenas a pandemia de Covid-19 contribuiu para o resultado, mas um somatório de estratégias e ações que vêm sendo adotadas desde que ele assumiu a gestão, em abril de 2019. “Nos preparamos para esse desafio que foi 2020. Desde que assumi, vínhamos estruturando a instituição, montamos uma equipe técnica, adotamos novas estratégias em vistas de uma melhor performance e alinhadas com agendas internacionais, mapeamos parceiros, aumentamos as parcerias, bem como as captações. Tudo isso nos permitiu estar amadurecidos quando, em março do ano passado, a pandemia chegou ao País”, afirmou.
O presidente ressaltou que os resultados recordes, especialmente os voltados para micro e pequenas empresas, demonstram que o BDMG tem cumprido seu mandato de banco de desenvolvimento diante do cenário desafiador, desencadeado pela crise sanitária. “Conseguimos equilibrar a alta demanda por crédito com a necessidade de preservação da solidez financeira da instituição”, completou.
Adaptação – Gusmão também lembrou que, desde a decretação oficial da pandemia, em março, o BDMG movimentou-se para ajustar seu portfólio de produtos à nova realidade, provendo maior liquidez ao mercado. Taxas foram reduzidas, prazos de pagamento ampliados, programas de renegociação de dívidas e de crédito para MEI criados, além de implantação de condições exclusivas para o setor da saúde. E, por meio da plataforma digital do banco, o micro e pequeno empresário pôde requisitar crédito de forma on-line, com mais agilidade e menos burocracia, modelo que foi adotado também para as prefeituras no decorrer do ano passado.
“Fomos a segunda instituição financeira do País a aderir ao Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), do governo federal, e firmamos uma parceria com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para oferecer capacitações em gestão financeira gratuitamente aos nossos clientes”, citou.
Vale dizer que os desembolsos são considerados fundamentais para movimentar a economia mineira. Para se ter uma ideia, com base na metodologia Insumo-Produto, da Fundação João Pinheiro, estima-se que a atuação do BDMG, até novembro de 2020, tenha estimulado 25.140 empregos e adicionado R$ 913,6 milhões à produção mineira, além da geração de R$ 70,5 milhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Além disso, cerca de 57% do volume total desembolsado em 2020 teve sua destinação associada a pelo menos um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda global das Nações Unidas que orienta a estratégia de atuação do banco. Neste contexto, destacam-se os desembolsos de R$ 97,8 milhões para projetos de energia renovável (especialmente fotovoltaica), superiores em 67% aos de 2019.
Agronegócio é destaque no período
Dentre os setores produtivos, o agronegócio foi destaque. Ao longo de 2020, apenas o crédito destinado ao setor via Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) chegou a R$ 452,7 milhões – mais um recorde para o banco. O volume representou o maior desembolso do fundo em todo o País e fez com que Minas Gerais saltasse do oitavo para o terceiro maior aplicador dos recursos.
Por fim, Sergio Gusmão afirmou que 2021 promete ser um ano igualmente de muitos desafios, diante do cenário ainda incerto quanto à pandemia e aos desdobramentos econômicos provocados pela crise sanitária, e que sua equipe trabalha na revisão de estratégias e projeções de acordo com as conjunturas mundial e nacional. “Vamos continuar atuando no que é nosso mandato de desenvolvimento com ações anticíclicas, como taxas em patamares reduzidos e prazos alongados enquanto se fizer necessário. Vamos seguir trabalhando com os fundos garantidores e oferecendo recursos para ajudar todos os segmentos da economia mineira dentro do que nossa estrutura permitir”, garantiu. (MB)