Board da CSN autoriza o IPO da mineradora

22 de setembro de 2020 às 0h15

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Crédito: Patrick Grosner

São Paulo – A Companhia Siderúrgica Nacional anunciou nessa segunda-feira (21) que o Conselho de Administração autorizou a companhia a tomar as medidas necessárias para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua unidade de mineração, com operações em Congonhas (Campos das Vertentes) para financiar projetos de expansão para exploração completa do potencial de suas reservas e recursos.

Em fato relevante, a CSN comunicou que o conselho aprovou na última sexta-feira (18) novo plano de negócios da controlada CSN Mineração (CMIN) e autorizou seus diretores a tomarem as medidas necessárias para a realização de IPO da unidade, com o objetivo de financiar parte do plano, além de criar valor ao acionista.

Analistas do Itaú BBA estimam, com base em dados preliminares, que a CSN Mineração possa valer R$ 30 bilhões, sem considerar a expansão de 10 milhões de toneladas que está planejada para começar em 2022, conforme relatório no final de agosto.

No final de julho, em teleconferência sobre o resultado do segundo trimestre, executivos da companhia voltaram a citar o IPO da unidade de mineração com uma das possíveis iniciativas para reduzir endividamento.

“A listagem da unidade de mineração da CSN tem tudo para ser um sucesso. Será um ‘player puro’ de minério de ferro, com logística integrada, em um mercado que há restrições de oferta e muita demanda, principalmente da China”, afirmou o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos.

Ele acrescentou que os preços do minério de ferro nestes últimos meses colaboram com a tese de crescimento da China por meio de investimento em infraestrutura e construção de imóveis como política anticíclica.

Na visão do analista Pedro Galdi, da Mirae Asset, a operação também acaba sendo importante para a CSN normalizar sua estrutura de capital. “Pela qualidade do ativo, deve registrar grande interesse dos investidores”, acrescentou.

Em seu formulário de referência atualizado ontem, a CSN estima volume de produção de minério de ferro em 31,2 milhões de toneladas em 2021, 36,6 milhões de toneladas em 2022 e 38,0 milhões de toneladas em 2023. Em 2033, espera chegar a 108 milhões de toneladas. 

Projeções – A CSN também divulgou ontem atualização de suas projeções, incluindo estimativa de atingir alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 2,99 vezes no fechamento do balanço anual de 2020.

Para analistas do Itaú BBA, em comentário a clientes após a divulgação das projeções, essa previsão implica dívida de R$ 29,2 bilhões no final do ano, de R$ 33,1 bilhões no final do segundo trimestre.

No final de julho, executivos também previram que a relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado, de 5,17 vezes no segundo trimestre, iria cair para abaixo de 3,75 vezes até o fim de 2020, recuando a 3 vezes no fim do próximo ano.

A companhia ainda prevê atingir lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de aproximadamente R$ 9,75 bilhões para 2020 e calcula investimentos (capex) de aproximadamente R$ 1,50 bilhão neste ano.

“Acreditamos que esses números sejam mais fortes do que o mercado espera atualmente”, afirmou a equipe do Itaú BBA em nota a clientes, destacando que a previsão do Ebitda está 9,5% acima de suas projeções.

“Vale ressaltar que a CSN gerou Ebitda de R$ 3,25 bilhões no primeiro semestre de 2020, o que implica um desempenho muito forte com Ebitda de R$ 6,5 bilhões no segundo semestre, o que se traduziria em forte geração de fluxo de caixa livre.” (Reuters)

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