Cingapura – É improvável que a indústria global de carga aérea cresça este ano por causa dos desafios no mercado chinês devido ao coronavírus, disse nesta quarta-feira (12) um executivo da Boeing.
O maior fabricante mundial de aviões cargueiros previa anteriormente que o frete aéreo aumentaria de 1% a 2% este ano devido em parte ao acordo comercial provisório entre Estados Unidos e China, disse o vice-presidente de marketing da Boeing Commercial Airplanes, Randy Tinseth.
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Esperava-se que o acordo para acabar com a prolongada disputa comercial encerrasse uma seca nas vendas de jatos da Boeing para a China, um mercado importante.
“Se não estamos vendo mercadorias viajando e aviões voando isso está sob pressão. Acho que vai ser muito difícil ver o mercado de cargas crescer este ano”, afirmou.
A crise do coronavírus diminuiu as esperanças de recuperação da carga aérea após o pior ano da década desde a crise financeira, disse na semana passada a Associação Internacional de Transporte Aéreo, um grupo de 280 companhias aéreas globais.
A Boeing também alertou que o vírus atingirá as receitas e os lucros das companhias aéreas.
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As restrições de viagens para e da China e uma queda de mais de dois terços na capacidade oferecida pelas companhias aéreas chinesas afetarão as receitas das empresas aéreas, disse o vice-presidente sênior de vendas comerciais e marketing da fabricante de aviões, Ihssane Mounir.
“A China reduziu a capacidade em 70%; isso é dinheiro, isso é receita”, explicou.
Mounir ressaltou ainda que é muito cedo para dizer se o padrão de pedidos da China seria interrompido como resultado da epidemia, mas acrescentou que algumas entregas de aeronaves 777 e 787 de Seattle para companhias aéreas chinesas foram adiadas.
A Boeing iniciou o ano com zero de vendas totais em janeiro pela primeira vez em décadas, enquanto a rival Airbus teve seu maior desempenho em pelo menos 15 anos. Janeiro, no entanto, nem sempre é um indicador confiável para o ano como um todo, disseram analistas.
Fontes do setor disseram que a maioria das companhias aéreas está relutante em fechar negócios com o novo 737 MAX até que o avião seja certificado como seguro depois que a aeronave foi suspensa após dois acidentes fatais.
(Reuters)