Com efeito Brumadinho, produção industrial recua

5 de fevereiro de 2020 às 0h04

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Crédito: Arquivo/Agência Brasil

Rio e São Paulo – Depois de avançar por dois anos consecutivos, a produção industrial brasileira recuou em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem.

Enquanto o setor teve crescimento de 2,5% e 1% em 2017 e 2018, respectivamente, no ano passado o desempenho foi de retração de 1,1%. Economistas ouvidos pela agência Bloomberg projetavam uma queda de 0,8% no período.

O tombo é reflexo do mau desempenho da indústria extrativa, cujo recuo, no acumulado do ano, chegou a 9,7%. O rompimento da barragem de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), tragédia que resultou em 249 mortos e 21 desaparecidos, contribuiu para a queda.

“Tiveram grande peso nesses resultados negativos os efeitos na indústria extrativa, em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho no início de 2019”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.

Após a tragédia, as unidades produtoras de minério precisaram paralisar a produção para realizar medidas de segurança e de proteção ao meio ambiente.

Mas não foi só a extração de minérios que travou o setor. Ao longo do ano, mais da metade das atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram perdas. Segundo o instituto, 16 das 26 analisadas recuaram, com destaque para metalurgia, celulose e papel e manutenção de máquinas.

“A produção industrial pode estar sendo impactada pelas incertezas no ambiente externo e também pela situação do mercado de trabalho no país que, embora tenha tido melhora, ainda afeta a demanda doméstica”, explicou André Macedo.

Apesar desse comportamento negativo em 2019, o ano registrou redução na intensidade das perdas da indústria de um semestre para o outro. Nos primeiros seis meses houve recuo de 1,4%, enquanto na segunda metade da temporada a queda ficou em 0,9% -sempre em comparações com iguais períodos de 2018.

A produção de bens de consumo foi o ponto positivo do ano, com alta de 1,1% em 2019, sendo 2% dos bens duráveis e 0,9% dos semiduráveis e não duráveis.

O avanço no mercado de trabalho e a liberação de saques do FGTS contribuíram para a injeção de dinheiro na economia, o que ajudou a impulsionar essa atividade, segundo o IBGE.

No recorte de dezembro, o recuo foi de 0,7% ante o mês anterior. O resultado vem depois de novembro ter encerrado com queda de 1,2%, quando interrompeu três meses de expansão acumulada em 2,2% no período entre agosto, setembro e outubro.

Três das quatro grandes categorias econômicas, além de 17 dos 26 ramos pesquisados, mostraram redução na produção em dezembro, de acordo com o IBGE.

O setor de máquinas e equipamentos teve recuo de 7%, enquanto veículos automotores, reboques e carrocerias registraram queda de 4,7%, no que foram as influências negativas mais importantes do mês.

Já o melhor desempenho veio do setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com 4,2%. Na comparação com dezembro de 2018, a indústria caiu 1,2%. (Folhapress)

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