Comércio vai reabrir em BH com escala

5 de agosto de 2020 às 0h20

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Os shopping centers da Capital poderão retomar as suas atividades durante três dias seguidos por semana | Crédito: Cecília Pederzoli / TJMG

O comércio de Belo Horizonte começa a ser reaberto gradualmente a partir de amanhã (6). Além das atividades consideradas essenciais, poderão funcionar também todo o comércio varejista e atacadista, salões de beleza, shoppings e galerias.

E, embora o prefeito Alexandre Kalil (PSD) tenha anunciado a flexibilização negando a pressão por parte de setores econômicos, a medida só foi possível por mudanças na metodologia utilizada na tomada de decisões sobre a flexibilização na Capital.

“É importante salientar que não há nenhum tipo de pressão que nos faça abrir a cidade, até porque, das três pesquisas diferentes que recebemos, a população aprovou massivamente o fechamento. Essa abertura foi cuidadosamente estudada. E é feita do mesmo jeito do fechamento: na ciência e nos números. Se a ciência mandar fechar de novo, vamos fechar de novo”, afirmou o prefeito.

Há algumas semanas, entidades endureceram as críticas a Kalil e à metodologia adotada pelo Comitê de Enfrentamento ao Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e chegaram a propor que novos índices fossem considerados para a abertura da cidade. O Executivo municipal recusou e contestou as indicações, mas decidiu que agora os leitos da rede privada passarão a integrar as decisões.

Desde o início, a ocupação de leitos de UTI e de enfermarias, bem como número médio de transmissão por infectado (Rt) são levados em consideração para a liberação ou restrição do funcionamento das atividades.

Mas apenas os leitos da rede pública eram contabilizados. Além disso, por diversas vezes, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, informou que a flexibilização ocorreria apenas quando os índices estivessem abaixo de 70% (leitos) e de 1,2 (Rt).

O que mudou é que os dados dos hospitais privados serão incorporados às informações da rede pública e a abertura foi liberada mesmo antes de se atingir um nível abaixo de 70% na ocupação das UTIs. A justificativa, segundo o secretário, é que de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 48,2% da população da capital mineira tem acesso a planos de saúde e que, nos últimos dias, o número de altas tem sido maior do que as admissões nas unidades de tratamento intensivo.

“Não há porque considerar apenas leitos SUS, se metade da população não os usa. Mas não há fila única, não vamos fazer gestão de leitos da rede privada. Além disso, os números nos levam a acreditar que vamos ter uma demanda cada vez menor por internações. Por isso, resolvemos não esperar chegar aos 70%, consideramos ser inevitável essa chegada”, argumentou.

O boletim epidemiológico de ontem trouxe que Belo Horizonte tem, até o momento, 605 óbitos pela doença e 22.411 casos confirmados. Em termos de leitos, agora são 1.089 leitos de UTIs, sendo 424 para Covid-19, com ocupação de 84%. Já as enfermarias chegam a 4.659, com 1.115 voltadas para a doença e 63% ocupadas.

Sobre o funcionamento, o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, ponderou que como o índice de ocupação de leitos de UTI ainda está na zona de alerta, optou-se nesse primeiro momento, por limitar os dias para abertura, de forma a ter um menor fluxo de pessoas nas ruas. Assim, conforme ele, serão inicialmente três dias de comércio aberto e quatro dias fechados, e não o contrário como inicialmente previsto.

“Sentiremos os impactos dessa nova retomada gradual e, nas próximas semanas, se os indicadores permitirem, poderemos ampliar gradativamente. E como a retomada será a partir de quinta-feira, o comércio varejista contemplado na Fase 1 poderá funcionar também no sábado. Passada essa semana, funcionarão quarta, quinta e sexta-feira, conforme previsto”, explicou.

Data comemorativaEsse remanejamento ocorreu em função do Dia dos Pais – importante data para o comércio varejista. Apesar disso, o prefeito voltou a pedir que a população mantenha os cuidados e o distanciamento social.

“O grande presente que nós podemos dar aos nossos pais é ficarmos longe deles, porque eles são do grupo de risco. Se Belo Horizonte entrar em festa, os números vão subir. E não duvidem que o prefeito feche a cidade de novo. O que nós queremos? Estabilização dos números para mudar de fase. A covardia que está se fazendo com o comércio, a prefeitura, bar, restaurante, depende do comportamento e disciplina da população”, reiterou Kalil.

Abrasel reafirma que vai recorrer à Justiça

Os presidentes do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de BH e Região Metropolitana (Sindhorb), do Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) comentaram a flexibilização. Paulo Solmucci, da Abrasel, voltou a dizer que a entidade recorrerá à Justiça.

Ele informou que um pedido de liminar será proposto assim que o decreto for publicado, visando à permissão para que bares e restaurantes também sejam abertos amanhã. Segundo o cronograma apresentado pela PBH, na última semana, o setor poderá retomar as atividades na segunda fase de reabertura – prevista para ocorrer 15 dias após a primeira.

“Estamos satisfeitos que os critérios adotados foram razoáveis. Infelizmente faltou abrir bares e restaurantes e vamos entrar com o processo. Mas, desta vez, vamos questionar a abertura em datas separadas e estamos otimistas que teremos êxito”, declarou.

Já o presidente do Sindhorb, Paulo Pedrosa, foi mais otimista e falou recorrerá ao diálogo. Ele disse que tem agenda com o prefeito para tratar a questão e espera que os bares abram em uma semana. “Não vamos entrar em conflito”, garantiu.

O presidente do Sindilojas-BH, Nadim Donato, comemorou o anúncio, mas lamentou a ausência de bares e restaurantes e as inúmeras perdas registradas pelo comércio até aqui. “Perdemos Dia das Mães e Dia dos Namorados, mas teremos três dias muito importantes para tentar angariar vendas para o Dia dos Pais. Já é um começo, o que fazemos agora é um apelo para que a população use máscara e que tome os cuidados necessários, pois nós precisamos trabalhar”, salientou.

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), por meio de nota, falou em contradição. “Utilizando este critério de hoje, e se fossem contabilizados os leitos da rede privada e se a Prefeitura tivesse cumprido a promessa de aumentar os leitos públicos, o comércio já estaria aberto há muito tempo, evitando a quebradeira de milhares de negócios e o desemprego de milhares de trabalhadores, que se encontram com sérias dificuldades para sustentar suas famílias”.

Gastos serão menores no Dia dos Pais

São Paulo – O consumidor deve gastar menos este ano com o presente para o Dia dos Pais. Segundo uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) com 5,2 mil consumidores de todo o País, o gasto com o presente da maioria dos entrevistados (32% do total) deverá ficar entre R$ 51 e R$ 100. No ano passado, o ticket médio pretendido para gasto com o presente do pai era de R$ 160.

A pesquisa foi feita entre os dias 27 de julho e 3 de agosto. De acordo com a pesquisa, 19% dos entrevistados não vão comprar qualquer presente para os pais. Dos que vão comprar, 13% vão gastar mais do que R$ 201; 14% pretendem comprar algo entre R$ 151 e R$ 200; e 14%, algo entre R$ 101 e R$ 150.

A maior parte dos pais desses consumidores deverão ganhar produtos na área de vestuário (44%), perfumes e cosméticos (12%), calçados (10%) e produtos eletrônicos (8%).

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, a pesquisa revelou ainda que a maior parte dos consumidores comprará presentes pela Internet (46% do total), seguido por 19% que devem ir às lojas de shopping centers e por 12% que devem procurar lojas de rua.

“A pandemia do novo coronavírus acelerou o consumo online, e as marcas que já se consolidaram em formato digital colheram bons frutos durante essa crise e puderam comemorar por ter dado esse passo antes da chegada desta crise. Além disso, 19% pretendem comprar presente dentro do ambiente do shopping, percentual maior do que os que têm intenção de fazê-lo nas lojas de rua”, disse o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun.

Mesmo com aumento de intenção de compras via e-commerce, os lojistas associados da Alshop relatam que o fluxo de pessoas nas lojas de shopping centers está crescendo de forma gradual. (ABr)

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