Confiança da indústria mineira recua pela terceira vez consecutiva

25 de fevereiro de 2021 às 0h29

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Apesar da queda em fevereiro, o Icei ficou acima de 50 pontos pelo 7º mês seguido | Crédito: Amanda Perobelli/Reuters

As incertezas em relação aos desdobramentos da pandemia da Covid-19 e, consequentemente, ligadas aos reflexos da disseminação da doença na economia têm contribuído para diminuir a confiança dos industriais.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) apresentou um recuo de 0,8 ponto na passagem de janeiro (60,6 pontos) para fevereiro (59,8 pontos). Trata-se da terceira retração consecutiva.

As quedas seguidas, entretanto, ainda não retiraram a confiança dos empresários, uma vez que os números permanecem acima dos 50 pontos. Valores abaixo dessa fronteira indicam que os industriais não estão confiantes na economia e em seus próprios negócios. “Os empresários estão confiantes pelo sétimo mês seguido”, destaca a gerente de economia da Fiemg, Daniela Muniz.

O Icei é o resultado da ponderação entre os índices de confiança atuais e de expectativas, que vão de 0 a 100 pontos, e ajudam a explicar mais efetivamente o sentimento dos industriais com o atual cenário.

Pela segunda vez consecutiva, o índice de condições atuais recuou, passando de 57,1 pontos em janeiro para 53,7 pontos em fevereiro, o que representa uma queda de 3,4 pontos. Na comparação com igual período do ano passado (56,8 pontos), a retração foi de 3,1 pontos. O resultado de fevereiro de 2021 foi o menor para o mês em um período de três anos.

Por estar acima dos 50 pontos, porém, o indicador revela que os industriais ainda percebem melhoras em relação à situação de suas empresas, embora de maneira menos intensa.

“Principalmente, houve desaceleração do índice de condições atuais, por fatores relacionados a um cenário econômico menos favorável, com o fim do pagamento do auxílio emergencial e com as incertezas por causa da intensificação da Covid-19. Além disso, a gente continua com um nível de desemprego elevado”, afirma Daniela Muniz.

Por outro lado, lembra a gerente de economia da Fiemg, ao contrário do índice de condições atuais, o índice de expectativas para os próximos seis meses apresentou avanço. O incremento foi de 0,5 ponto em fevereiro (62,9 pontos) na comparação com janeiro (62,4 pontos).

Isso mostra empresários otimistas tanto em relação às economias do País e do Estado quanto no que diz respeito aos seus próprios negócios nos próximos seis meses. Entretanto, na comparação com igual período de 2020 (67,5 pontos), houve recuo de 4,6 pontos no indicador. O número foi o menor para o mês em três anos.

“Ou seja, por um lado, temos uma desaceleração do índice de condições atuais pelos fatores citados. Por outro, o início das campanhas de vacinação tem contribuído para haver perspectivas positivas para os próximos trimestres”, salienta Daniela Muniz.

O que deve vir pela frente, entretanto, ainda é uma incógnita, conforme salienta a gerente de economia da Fiemg, uma vez que ainda há incertezas relacionadas à pandemia da Covid-19.

“Tudo vai depender do ritmo e da eficácia da vacinação. É um período de cautela, ainda com incertezas”, diz ela.

Setor de alimentos fatura mais em 2020

São Paulo – O faturamento da indústria de alimentos atingiu R$ 789,2 bilhões em 2020, somadas as exportações e as vendas para o mercado interno, resultado 12,8% superior ao registrado no ano de 2019. O montante representa cerca de 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Os dados, divulgados ontem, são da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).

Já o volume de produção cresceu 1,8% em relação a 2019. O resultado, segundo a entidade, foi puxado pelo aumento das vendas para o varejo, de 16,2%, e das vendas para o mercado externo, de 11,4%. As categorias que mais se destacaram em vendas foram açúcares, com aumento de 58,6% ante 2019; óleos vegetais, de 21,2%; e carnes, 13%. As maiores quedas ficaram por conta de bebidas (decréscimo de 8,3%); e derivados de trigo (-1,9%).

“Atuando com agilidade e adotando com rigor todos os protocolos de segurança, o setor conseguiu aumentar sua produção e não deixou faltar comida na mesa dos brasileiros”, destacou o presidente-executivo da Abia, João Dornellas.

A indústria de alimentos aumentou, em 2020, 11,4% as exportações em comparação com o ano anterior, totalizando US$ 38,2 bilhões em vendas ao exterior. O resultado representa uma participação de 25% nas vendas totais do setor em 2020. Em 2019, essa proporção foi de 19,2%.

Segundo a Abia, os bons resultados nas exportações podem ser explicados pela acentuada desvalorização do câmbio brasileiro e a forte demanda por importações de alimentos pela Ásia, com destaque para a China.

Empregos – De acordo com a entidade, em 2020 a indústria de alimentação criou 20 mil novas vagas diretas, aumento de 1,2% em relação a 2019. O setor permanece como o que mais gera empregos na indústria de transformação do País, com 1,68 milhão de empregos diretos. (ABr)

Vendas de máquinas avançam 38,5%

São Paulo – As vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos totalizaram, no mês de janeiro, R$ 12,5 bilhões, resultado 38,5% superior ao registrado no mesmo mês de 2020 e o melhor para um mês de janeiro desde 2015, quando o setor havia faturado R$ 13,2 bilhões. Os dados, divulgados ontem, são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Da receita total de R$ 12,5 bilhões, R$ 9,6 bilhões foram de vendas para o mercado interno brasileiro, resultado 50,8% superior ao de janeiro de 2020.  “Dentre os segmentos que sinalizaram aumento nas vendas, destaque para máquinas agrícolas com avanço nas empresas de todos os portes. Outro segmento que tem colaborado para a alta das vendas internas é máquinas para infraestrutura, incentivado, em grande medida, pelo andamento do Programa de Parcerias de Investimento (PPP)”, destacou a entidade, em nota.

Exportações -O setor vendeu ao exterior, no mês de janeiro, R$ 545,8 milhões em equipamentos, montante 1,6% inferior ao registrado no mesmo mês de 2020. Em relação a dezembro, as exportações foram 28,1% menores.

“As exportações de máquinas e equipamentos sentiram fortemente a redução do comércio global em razão da pandemia em 2020. Após crescer 0,9% em dezembro, as exportações de máquinas recuaram 1,6% em janeiro de 2021, em linha com a sazonalidade de início de ano”, ressaltou a entidade. (ABr)

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