O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de Belo Horizonte retraiu 27,1 pontos em maio na comparação com abril (121,8 pontos), chegando a 94,7 pontos. A última vez que os números ficaram abaixo dos 100 pontos – fronteira entre o otimismo e o pessimismo – foi em outubro de 2018, ocasião em que o índice marcou 99 pontos.
Os dados foram elaborados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) com as informações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
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Conforme destaca o economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, esses números são um reflexo da conjuntura na qual nos encontramos no momento: a da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O cenário, ressalta, é carregado de incertezas.
Nesse aspecto, há duas situações que mais têm influenciado o pessimismo dos empresários, de acordo com Guilherme Almeida. Primeiramente, as medidas de isolamento social, adotadas como forma de combater a doença, que impossibilitam muitas empresas de operar.
Depois, tem também o próprio comportamento das famílias, que estão mais cautelosas. Muitas foram afetadas pelo desemprego e/ou pelo achatamento na renda. Isso, diz o economista-chefe da Fecomércio MG, acaba fazendo com as perspectivas empresariais fiquem deterioradas.
Mais dados – O Icec é composto por alguns subindicadores. Assim, o levantamento também mostra que Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec) foi um dos que mais contribuíram para a queda acentuada da confiança em maio. Os números chegaram a 116,4 pontos no mês passado. Foi o menor resultado em três anos. Em abril, o Iceec marcou 154,4 pontos.
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Já o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) atingiu 80,5 pontos em maio, queda de 26 pontos na comparação com abril (106,5 pontos)
Por fim, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec), chegou a 87,3 pontos em maio, ante 104,5 pontos em abril.
Os números baixos são preocupantes. Conforme destaca Almeida, “a confiança é uma das bases que fundamentam as decisões dos agentes econômicos. Ela é essencial para que o desenvolvimento ocorra”, pontua.
Almeida explica que a confiança antecede os demais indicadores, pois empresários mais confiantes investem mais e consumidores mais confiantes consomem mais, o que alavanca PIB.
“A confiança do empresário é fundamental na decisão de investir em uma nova planta produtiva, em uma nova modalidade operacional, em contratações”, conclui.