Brasília – O Brasil teve déficit em transações correntes de US$ 62 milhões em abril, em linha com o registrado no mesmo mês do ano passado, em meio a uma melhora na balança comercial, mas piora na conta de serviços. Os dados foram divulgados ontem pelo Banco Central.
No acumulado dos quatro primeiros meses de 2019, o déficit em transações correntes é de US$ 8,225 bilhões, abaixo do rombo de US$ 9,062 bilhões de igual etapa do ano passado.
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Em 12 meses, o saldo negativo chegou a US$ 13,672 bilhões, equivalente a 0,73% do Produto Interno Bruto (PIB).
Por ora, a projeção do BC é de que o País fechará o ano com déficit em transações correntes de US$ 30,8 bilhões. A projeção deverá ser revisada no próximo Relatório Trimestral de Inflação, no fim de junho.
Com menor crescimento econômico, a tendência é de um apetite mais modesto pelas importações, resultando em maior superávit comercial – variável que vem definindo o resultado das transações correntes.
O mercado, que começou o ano prevendo um superávit de US$ 52 bilhões para a balança comercial, já enxerga um saldo positivo menor, de US$ 50,25 bilhões em 2019, conforme pesquisa Focus mais recente.
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Em abril, a balança comercial ficou positiva em US$ 5,539 bilhões, alta de 2,7% sobre o mesmo mês de 2018. No período, as exportações caíram sobre um ano antes (-0,7%), mas as importações sofreram uma retração maior (-2%).
O déficit na conta de serviços, por sua vez, cresceu 11,9% na mesma base de comparação, a US$ 3,019 bilhões. Neste caso, o BC destacou a queda de 18% nas receitas de outros serviços de negócio, a US$ 1,1 bilhão.
Viagens – Os gastos de brasileiros em viagens ao exterior estão menores. De acordo com dados do, essas despesas totalizaram US$ 1,493 bilhão, em abril, com redução de 2,93% em relação ao mesmo mês de 2018.
Nos quatro meses de 2019, esses gastos chegaram a US$ 5,809 bilhões, uma queda de 10,22% em relação a igual período do ano passado.
As receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil também se reduziram. Em abril, chegaram a US$ 472 milhões, com redução de 5,41% em relação ao mesmo mês do ano passado. No primeiro quadrimestre, as receitas chegaram a US$ 2,283 bilhões, 6,17% menor do que nos quatro meses de 2018.
Com esses resultados, a conta de viagens formada pelos gastos dos brasileiros e as receitas dos estrangeiros ficou negativa em US$ 1,021 bilhão em abril e em US$ 3,525 bilhões, nos quatro meses do ano.
Renda – O déficit em renda primária teve uma retração de 4,9% em abril, a US$ 2,854 bilhões. Dentro dessa rubrica, as remessas de lucros e dividendos para fora caíram 6,8%, a US$ 1,457 bilhão.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 272 milhões, em abril, e de US$ 906 milhões, em quatro meses.
IDP – No mês, os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram 6,957 bilhões, conforme dados informados pelo Banco Central ontem.
A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo. No mês passado, o IDP chegou a US$ 6,957 bilhões. Em igual mês de 2018, esses investimentos chegaram a US$ 2,970 bilhões. No primeiro quadrimestre, esses investimentos totalizaram US$ 28,069 bilhões, contra US$ 23,892 bilhões em igual período do ano passado. (ABr/Reuters)