Demanda por ouro mantém o aquecimento diante de crise

13 de março de 2021 às 0h26

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Crédito: Toru Hanai /Reuters

O mercado do ouro segue aquecido. Apesar do início da vacinação contra o Covid-19, o que traz boas expectativas para o controle da pandemia e para a retomada da economia, o ativo ainda está muito procurado, por ser considerado o mais seguro investimento em períodos de crise.

A tendência é que os preços do ouro não apresentem grandes oscilações em 2021, mas, ainda assim, continuará em patamares elevados.

De acordo com o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, a cotação do ouro começou 2021 devolvendo parte da alta registrada no ano passado, mas, devido a fatores políticos no Brasil e ao aumento da contaminação pela Covid-19 no País, investidores estão mais receosos, e o metal precioso voltou a valorizar agora em março.

“Bem no início do ano, o ouro apresentou desvalorização, devolvendo um pouco do que ele subiu em 2020. Porém, já ocorreram novas valorizações. Analisando as condições atuais, a tendência é que o grama fique entre R$ 300 e R$ 320, resultado das atitudes do governo em relação à pandemia. Os investidores estão cautelosos porque o mundo econômico está muito preocupado com a pandemia no Brasil e, por isso, acaba não investindo no País”.

No Brasil, a cotação do ouro começou o ano em torno de R$ 318 por grama, valor que hoje já caiu para R$ 305 por grama, o que representa uma queda de 4% no ano. Na comparação com os primeiros dias de março de 2020, o valor atual do ouro está 20,4% maior já que a cotação do metal precioso estava em R$ 253 por grama.

Conforme Cavalcante, somente o controle da pandemia, o que pode acontecer com o avanço da vacinação, poderá reduzir o preço do ouro.

“O avanço da vacina pode fazer com que os preços do ouro caiam. Se essa vacinação evoluir, o mundo econômico verá o Brasil com outros olhos. Outro motivo que pode interferir na cotação do ouro é a tendência do Banco Central em aumentar os juros, o que acaba criando estímulo para investidores externos”, disse.

No momento, o ouro ainda é visto como o porto seguro do investidor, junto com as moedas virtuais. “Sempre incentivo que os investidores, em tempos de crise, como a vivenciada atualmente, coloquem de 15% a 30% da carteira em ouro. Em uma economia mais estável, ele tem de colocar 10%. É interessante ter sempre na carteira um pouco de recursos em ouro”.

Cautela – Para o economista e professor de Economia e Finanças da UNA, Cleyton Izidoro, o mercado para o ouro não se modificou nos primeiros meses do ano. O ativo ainda é visto como um dos mais seguros para investir. Mesmo com o avanço da vacina contra a Covid-19 no Brasil e no mundo, a pandemia ainda não está controlada, o que ainda deixa os investidores cautelosos.

“Desde o final de 2020, não tivemos mudanças significativas de cenários. As pessoas ainda são muito conservadoras. Por mais que tenha a esperança do controle da pandemia com a vacina, essa é uma situação que ainda não se concretizou. Além disso, as questões políticas no Brasil interferem. As pessoas vão atrás de ativos mais seguros como ouro e joias. Por isso, a tendência ainda é de alta no preço do ouro. Pela falta de segurança e de previsibilidade, as pessoas estão tirando o capital do Brasil e buscando mercados mais seguros, mesmo com rendimentos menores, com o intuito de blindar o patrimônio”.

O analista de investimentos da Mirae Asset Wealth, Pedro Galdi, explica que, normalmente, o preço do ouro sobe muito forte quando surgem eventos catastróficos como as guerras e pandemias. Atualmente, a queda e a estabilização dos valores dependem do controle da pandemia.

“O ouro caiu 3% neste ano e o motivo foi o início da vacinação. Em 2020, com o surgimento da Covid-19 o ouro subiu 56%. Quando a vacinação em massa no mundo acontecer, a tendência é devolver essa valorização. Aí o preço vai ficar parado até surgir um novo evento negativo no mundo”.

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