Decisão sobre térmicas segue até novembro

6 de outubro de 2018 às 0h01

São Paulo – A recente decisão do governo de não despachar uma carga adicional de usinas térmicas na próxima semana deve ser mantida até novembro, quando é esperado o início da época de chuvas na região dos reservatórios de hidrelétricas, disse à Reuters, na sexta-feira (5), o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata Ferreira.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) vinha determinando, desde o início de setembro, o acionamento de térmicas mais caras que o sugerido por modelos computacionais que guiam a operação do sistema, com o objetivo de preservar os lagos das usinas hídricas, principal fonte de energia no País.

Mas chuvas mais fortes esperadas no Sul, que exporta energia ao Sudeste, e a importação de energia do Uruguai trouxeram algum alívio ao sistema, compensando os baixos níveis das hidrelétricas em algumas regiões.

Formado por autoridades e técnicos da área de energia, o CMSE decidiu, na quarta-feira (3), acabar com o chamado acionamento de usinas “fora da ordem de mérito” a partir do sábado.

“O CMSE tomou a decisão de continuar com uma avaliação semanal, e, na quarta-feira, haverá uma reunião extraordinária, na qual vai se avaliar se a gente segue com essa política ou se precisa voltar a despachar fora da ordem de mérito. Nossa expectativa é que a gente não precise”, afirmou Barata.

“Já estamos chegando no final do ‘período seco’. Mantendo-se essas condições que estão, muito provavelmente continuaremos operando sem despachar fora da ordem de mérito até o período úmido”, adicionou.

Ele explicou que, desde uma recomendação do ONS ao governo pelo uso adicional de térmicas, no final de agosto, a situação hidrológica melhorou, principalmente devido ao surgimento de chuvas fortes na área das usinas do Sul, que agora tem condições de exportar energia para o Sudeste, onde se concentra o consumo.

Chuvas – O ONS elevou, na sexta-feira, as projeções de chuva nos reservatórios do Sul em outubro para 104% da média histórica, ante 78% na semana anterior. No Sudeste, a previsão foi para 82%, frente a 78% antes.

Além disso, importações de energia do Uruguai também ajudarão a reduzir o uso das térmicas – estão previstos, na próxima semana, volumes de 350 megawatts médios e 500 megawatts médios nos patamares de carga pesada e média, respectivamente. “Está sendo ótima a importação do Uruguai”, afirmou Barata.

Ele disse ainda que a estimativa do ONS é de que a região Sudeste, que concentra os maiores reservatórios, chegue ao final de novembro com cerca de 15% da capacidade de armazenamento, ante 22% atualmente. O nível pode ser um recorde negativo – o menor registro no histórico desde 2000 é de 15,8% em 2014 -, mas ainda assim não há risco para o suprimento, segundo o ONS. (Reuters)

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