Brasília – O Brasil teve o maior desmatamento já registrado na floresta amazônica para o mês de janeiro, de acordo com dados do governo divulgados na sexta-feira (11), à medida que a destruição continua piorando, apesar das recentes promessas do governo de controlá-la.
O desmatamento na Amazônia brasileira totalizou 430 quilômetros quadrados no mês passado, 5 vezes maior do que janeiro de 2021, mostraram dados preliminares de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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Essa é a maior taxa de desmatamento para o mês desde que a série de dados atual começou a ser efetuada em 2015/2016.
Pesquisadores ambientais disseram que não ficaram surpresos ao ver a destruição ainda aumentando, dado o enfraquecimento das proteções ambientais no governo do presidente Jair Bolsonaro.
Com pouco medo de punição, os especuladores estão cada vez mais desmatando a floresta para fazendas em apropriações ilegais de terras, disse Britaldo Soares Filho, pesquisador de modelagem de sistemas ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os altos preços da carne bovina, soja e outras commodities também estão aumentando a demanda por terras baratas.
“A gente poderia ficar surpreendido por não ter aumentado ainda mais”, disse Soares Filho. “O governo atual está promovendo o desmonte da proteção ambiental do Brasil, das leis ambientais e da fiscalização ambiental, como comando e controle, então isto é uma corrida, está tendo uma corrida para desmatar sobretudo a Amazônia.”
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O Palácio do Planalto não respondeu imediatamente ao pedido de comentário sobre os números do desmatamento ou as políticas ambientais do governo.
O Ministério do Meio Ambiente disse que “a avaliação mês a mês não traz uma análise estatística consistente sobre as ações”, afirmando que de agosto a janeiro o desmatamento caiu 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.