Dia dos Namorados deve ter forte queda nas vendas

2 de junho de 2020 às 0h20

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Segmentos como o de vestuário normalmente registram expansão nas vendas do Dia dos Namorados | Crédito: Manoel Evandro

O Dia dos Namorados para o comércio de Belo Horizonte deve apresentar resultados negativos em relação ao ano passado. Considerada a terceira melhor data para o setor, perdendo apenas para o Natal e Dia das Mães, a comemoração tem estimativa de uma redução de pelo menos 30% nas vendas, caso ocorra avanço na flexibilização do isolamento social para controle do novo coronavírus e seja permitida a abertura de novos segmentos do comércio.

Caso o plano de reabertura não avance, a expectativa é de uma retração de 70% nas vendas. Dentre os segmentos que ainda estão impedidos de funcionar estão os de vestuário, calçados e acessórios, que são muito demandados na data comemorativa.

De acordo com o Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Nadim Donato, a situação do setor é crítica e, mesmo que seja permitida a reabertura das atividades de novos segmentos do comércio, as vendas para a data comemorativa tendem a ficar menores.

“Nossa expectativa é de queda na comercialização para o Dia dos Namorados. Apesar de ser uma importante data, com parte das lojas fechadas, a tendência é de que as vendas sejam menores e com tíquete médio reduzido. Isso também em função do aumento do desemprego e da queda da renda das famílias”, explicou.

Ainda segundo Donato, para impulsionar as vendas do Dia dos Namorados e reduzir os prejuízos já acumulados pelos lojistas ao longo do isolamento seria importante que o plano de reabertura do comércio da Prefeitura de Belo Horizonte avançasse.

“A reabertura é fundamental para a sobrevivência dos negócios. Já passamos o Dia das Mães fechados e passar mais esta data comemorativa sem abrir será muito ruim para a saúde das empresas e para a manutenção dos empregos. Estimamos que, nestes 70 dias parados, cerca de 15% a 20% das lojas foram fechadas de forma definitiva. São muitos empregos perdidos, uma vez que, nos pequenos empreendimentos, por exemplo, são gerados cerca de 4 a 5 postos de trabalho diretos”, destacou Donato.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, também estima que as vendas para a data comemorativa serão menores que as efetuadas em 2019. A indicação da CDL-BH é que os lojistas invistam nas vendas on-line para reduzir os prejuízos.

Para Silva, a reabertura do comércio da capital mineira é fundamental, uma vez que na maior parte das cidades vizinhas a atividade já foi retomada e os comerciantes de Belo Horizonte perderão mais uma data comemorativa.

“Para tentar reduzir os prejuízos, estamos incentivando que os empresários migrem para vendas no meio digital, mas muitos encontram dificuldades. Se não houver um avanço na reabertura do comércio, teremos muitos prejuízos, principalmente nos setores de vestuário, calçados e acessórios, que são os mais demandados. Caso seja permitida a reabertura, será uma grande oportunidade para vender e conseguir pagar contas e movimentar os negócios. Sabemos que não haverá uma expansão da demanda em relação ao Dia dos Namorados de 2019, mas retomar o faturamento ajudará muito, inclusive a manter empregos e pagar impostos”.

Renda comprometida – De acordo com o economista-chefe da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, com o aumento do desemprego e o comprometimento da renda das famílias, a tendência é de que as vendas para o Dia dos Namorados recue em 2020. Devido à pandemia e ao isolamento imposto para o controle do coronavírus, não foi feita pesquisa para apontar o índice de vendas.

Almeida explica que as datas comemorativas trazem um certo otimismo porque têm efeito de sazonalidade para o varejo. São estas datas que movimentam as vendas por conta do apelo emotivo e comercial.

“A flexibilização gradual do comércio e o Dia dos Namorados são importantes para promover as vendas. Porém, quando a gente avalia no macro, nós temos agravantes, como os estabelecimentos afetados pela impossibilidade de operar na normalidade, que geram um impacto negativo para o setor. Além disso, tem o consumo das famílias. Temos um ambiente carregado de incertezas, baixa confiança por parte dos consumidores, elevado desemprego e achatamento da renda. O consumidor, nesse ambiente, acaba priorizando os bens de primeira necessidade e postergando os demais, como os presentes do Dia dos Namorados”, afirmou Almeida.

A tendência é de que ocorra queda no volume de vendas da data comemorativa e os consumidores deverão optar por itens de menor valor agregado. Por isso, segundo Almeida, é importante que os lojistas tenham um planejamento dos estoques para evitar excesso de produtos e comprometimento do capital de giro. “É preciso ter cautela, fazer o planejamento e ter um estoque mais ajustado aos cenários”.

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