Efeitos da pandemia preocupam o varejo de materiais em Minas

7 de abril de 2021 às 0h25

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Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

Apesar de muitas empresas do comércio varejista da construção civil terem conseguido avançar no segundo semestre do ano passado em relação ao primeiro, as perspectivas para este ano não são das mais otimistas, em meio ao agravamento da pandemia da Covid-19.

Apenas 27,9% do setor acredita que o faturamento nos seis primeiros meses de 2021 será maior do que o registrado nos últimos seis meses de 2020, enquanto 37,5% apostam que será igual e 34,6% menor.

Os dados pertencem a uma pesquisa do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos de Belo Horizonte e Região (Sindimaco BH e Região) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG).

Economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida destaca que alguns fatores contribuíram para o melhor desempenho do segmento no segundo semestre de 2020. Ele cita, por exemplo, o fato de as pessoas estarem mais em casa e aproveitarem para arrumá-la e a contribuição do auxílio emergencial.

Tanto é que o estudo mostra que para 77,3% das empresas o faturamento no segundo semestre de 2020 se manteve igual ou maior do que o verificado no semestre anterior. Além disso, 78,8% dos estabelecimentos afirmaram ainda que o faturamento dos seis últimos meses do ano passado foi igual ou superior ao registrado no mesmo período de 2019.

A pesquisa mostra que entre os empreendimentos que conseguiram aumentar o faturamento mesmo em meio aos desafios, a variação média de crescimento foi de 11% a 20%.

Nesse cenário, ressalta Almeida, as empresas do varejo da construção civil iniciaram com perspectivas mais positivas para este ano, mas alguns fatores acabaram por abalar a confiança dos empresários.

“Há a deterioração dos indicadores macroeconômicos, número alto de desempregados e falta de perspectivas em relação à vacinação contra a Covid-19. Tudo isso afeta o consumo e também os investimentos e leva a crer em um desempenho mais fraco”, afirma ele.

Além disso, lembra o economista-chefe da Fecomércio MG, a pesquisa foi realizada entre o fim de janeiro e o início de março, quando ainda não havia restrições tão rígidas em relação às atividades econômicas. Com isso, avalia, as perspectivas atuais podem ser ainda mais negativas.

Para Almeida, os desafios atuais só serão mesmo vencidos com a vacinação em massa. “A redução dos casos permitirá maior flexibilidade das atividades econômicas e espera-se que os empregos voltarão à normalidade. Com a maior circulação de pessoas, haverá maior consumo das famílias e maior investimento por parte das empresas”, destaca ele.

Investimentos

A pesquisa também mostra que os empresários do segmento varejista da construção civil pretendem investir em ações para realizar mais vendas. Dessa forma, 33% dos entrevistados farão liquidações e promoções neste primeiro semestre de 2021. No segundo semestre, foram 32,5%.

TJMG antecipará pagamentos

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu que construtoras atuando em obras do Judiciário mineiro receberão, com antecedência, pagamentos que levavam até 15 dias para ser realizados. O reequilíbrio de alguns contratos, diante do aumento dos preços de insumos e de materiais de construção, foi um pleito do setor produtivo levado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, ao presidente do Tribunal, desembargador Gilson Soares Lemes.

“Após a medição da obra, o pagamento será creditado no primeiro dia útil. Essa medida tem o intuito de facilitar o fluxo de caixa das construtoras, que passam por dificuldades devido à pandemia, e dar maior celeridade em nossas obras”, esclarece Lemes.

“O setor produtivo agradece”, afirma Roscoe. “Com o pagamento realizado desta maneira, as empresas, apesar do aumento dos valores dos insumos, terão um fôlego financeiro maior e poderão manter seus compromissos com os prazos de entrega das obras”, ressalta o líder empresarial.

A decisão foi celebrada pelas construtoras, que estão realizando obras públicas por todo o Estado. “O TJMG teve a sensibilidade de perceber a dificuldade que o setor está passando, em um momento em que está ocorrendo o aumento do valor dos insumos que envolve toda a cadeia produtiva da construção civil. A antecipação do pagamento faz com que o fluxo de caixa tenha mais liquidez e todos sairão ganhando com isso”, afirma o presidente do Conselho de Infraestrutura da Fiemg e do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de MG (Sicepot-MG), Emir Cadar, pontuando que o retorno para a sociedade será com a geração de mais empregos e com as obras públicas entregues no prazo e com qualidade.

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