Minas Gerais registrou o terceiro maior número de formalizações de microempreendedores individuais (MEIs) no Brasil em 2020, com um total de 204.748. À frente ficaram somente São Paulo (517.993) e Rio de Janeiro (218.461). Apenas no mês de dezembro do ano passado, foram registradas mais de cinco mil novas formalizações em território mineiro.
Nesse cenário de crescimento, o Estado já soma 1.277.914 MEIs. As informações foram divulgadas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas).
Os dados também mostram que o maior número de formalizações no Estado no ano passado foi registrado no comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (12.210). Posteriormente, vêm cabeleireiros, manicure e pedicure (12.195), promoção de vendas (11.713), obras de alvenaria (11.685) e fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo familiar (8.486).
Já as cidades com o maior número de formalizações foram Belo Horizonte (34.993), Uberlândia (10.310), Contagem (9.250), Juiz de Fora (6.549), Betim (5.702), Montes Claros (4.632), Divinópolis (3.495), Ribeirão das Neves (4.512), Governador Valadares (3.571) e Ipatinga (2.709).
A analista da entidade Laurana Viana destaca que os avanços são motivados por uma série de fatores. Um deles tem a ver com o número de desempregados, que ficou ainda maior com a pandemia da Covid-19 e todos os seus desdobramentos.
“Empresas fecharam, pessoas foram mandadas embora e muitas já receberam todas as parcelas do seguro-desemprego. O empreendedorismo surge como uma alternativa para buscar uma fonte de renda”, destaca ela.
Além desses casos, afirma a analista do Sebrae Minas, também há o daquelas pessoas que não estavam desempregadas, mas ao observarem o mercado viram grandes oportunidades surgirem, como as relacionadas ao comércio eletrônico e ao delivery. “Muitas pessoas identificaram oportunidades”, destaca ela.
Tendência – Apesar de o ano de 2020 ter contado com alguns fatores que ajudaram a alavancar o número de MEIs, Laurana Viana ressalta que esse tipo de empreendedorismo, de certa forma, já pode ser visto como uma tendência, inclusive em um período pós-pandemia. Isso por causa de mudanças no próprio perfil da sociedade.
“Nosso perfil como sociedade vem mudando. Antigamente, ao sair da escola/faculdade, as pessoas procuravam um emprego. Essa geração que está estudando e que está se formando agora vem com outra mentalidade. Muitos não buscam a carteira assinada, mas, sim, fazer algo por conta própria”, afirma.