Fechamento gera preocupação para lojas de materiais de construção
16 de março de 2021 às 0h25
Os representantes das lojas de materiais de construção vão entregar um ofício à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) solicitando que a atividade seja novamente classificada entre os setores essenciais e que as lojas possam permanecer abertas. Com a escalada dos casos de Covid-19 em Belo Horizonte, ontem, a abertura das lojas de material para a construção civil foi proibida pela PBH. O fechamento além de causar prejuízos aos empresários, já que é esperada queda nas vendas, também gera sérios transtornos para a população.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Material de Construção, Tintas, Ferragens e Maquinismos de Belo Horizonte e Região (Sindimaco), Júlio Gomes Ferreira, o setor recebeu a notícia com perplexidade.
A estimativa é que haja um grande impacto negativo nas vendas, já que a maior parte das lojas de materiais para a construção civil não possui serviço de delivery.
“Estamos perplexos com a decisão de fechar o varejo de materiais de construção. Isso porque somos uma atividade essencial, sem sombra de dúvidas. Como será preservado o mobiliário urbano, seja público ou privado? Sempre ocorrem emergências elétricas, hidráulicas, necessidade de manutenção e sem as lojas abertas, as urgências não serão atendidas. As lojas do varejo estão funcionando somente por delivery ou drive thru, mas, a maior parte, não tem estrutura, o que é muito prejudicial para os empresários do setor e para a população que não consegue comprar no atacado”.
Ainda segundo Ferreira, não é possível estimar possíveis perdas e índices de queda nas vendas pela proibição ser recente. Em relação às demissões, se o fechamento for prolongado, certamente haverá cortes nos quadros de funcionários.
“Mesmo com todas as dificuldades, as lojas de materiais de construção, até o momento, conseguiram manter os empregos. Mas, as empresas já vêm sendo impactadas pela própria situação econômica do País que é muito negativa, como população sem dinheiro e sem trabalho. Não sabemos por quanto tempo ficaremos fechados. Se for um fechamento prolongado, demissões deverão ocorrer”.
O Sindimaco vai solicitar à PBH que o setor seja novamente incluído entre os essenciais.
“Como presidente do sindicato, estamos tentando conversar com a Prefeitura para reverter essa decisão de fechamento das lojas de materiais de construção, por se tratar de um setor essencial. Atendemos à demanda que vem de hospitais, prédios, residências, mobiliário público e privado, que sempre precisam de alguma manutenção urgente”, disse Ferreira.
Acomac
O vice-presidente da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac – MG) e diretor da Loja Elétrica, Wagner Mattos, também ressaltou a importância das lojas varejistas de materiais de construção continuarem abertas e classificadas como essenciais.
“A essencialidade não é determinada por decreto. O material de construção é muito usado e responsável pela estabilidade e manutenção das habitações. O fechamento, obviamente, causa transtornos muito grandes. Emergências acontecem sempre. Quem compra pelo atacado, continua sendo atendido, mas a população do varejo não. Isso é preocupante. Vamos encaminhar à PBH um documento mostrando ao prefeito que as lojas de materiais de construção têm sua essencialidade e importância e é muito sacrificante a sociedade ficar sem o atendimento”, disse Mattos.
Ainda segundo Mattos, esforços maiores deveriam ser feitos para fiscalizar e evitar aglomerações. Ele explica que logo após as datas festivas, como Natal, Ano Novo e, agora, o Carnaval, o número de contaminados subiu muito, mostrando que as festas são as grandes propagadoras da doença. Ainda segundo ele, o comércio varejista de materiais para a construção civil tem adotado todos os protocolos de segurança para evitar a proliferação do Covid-19.
“Sabemos que as coisas estragam, queimam, precisam de manutenção e as lojas do setor são essenciais para atender a essa demanda. Com o fechamento, acho que está sendo imposto à sociedade, como um todo, um sacrifício que penaliza muito. Entendo a situação de pandemia, que é muito difícil, complexa e delicada, mas temos que acabar com as aglomerações, que provocam os aumentos de casos”, explicou Mattos.