Inflação alcança em março maior patamar para o mês em seis anos

Os principais responsáveis para o resultado foram, mais uma vez, os preços dos combustíveis e do gás de botijão

9 de abril de 2021 às 10h35

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Gás de cozinha entre os principais responsáveis por alta de índice | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

São Paulo/Rio de Janeiro – A inflação oficial do Brasil acelerou em março e chegou ao nível mais elevado para o mês em seis anos, superando o teto da meta do governo em 12 meses sob o peso da alta da gasolina e do botijão de gás em momento de preocupação com o aumento dos preços no País.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,93% em março, depois de subir 0,86% em fevereiro, chegando ao nível mais elevado para um mês de março desde 2015 (+1,32%), representando no geral a taxa mais alta desde dezembro (+1,35%).

O dado divulgado, nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou, entretanto, abaixo da expectativa em pesquisa de Reuters de alta do índice de 1,03%.

O resultado de março levou o avanço do IPCA a superar o teto da meta do governo no acumulado em 12 meses, ao chegar a 6,10%, de 5,20% em fevereiro. O objetivo oficial para a inflação este ano é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A expectativa para o resultado em 12 meses do IPCA até março era de uma alta de 6,20%.

“Em 12 meses, a taxa tende a subir, porque vamos deixar para trás taxas negativas de março a maio”, afirmou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. “A inflação de agosto para cá, sem dúvida, está num patamar mais alto que era habitualmente e historicamente”.

 

Vilões do mês

Os principais responsáveis para o resultado do mês foram, mais uma vez, os preços dos combustíveis, depois de uma série de aumentos nas refinarias promovidos pela Petrobras, além do gás de botijão.

No geral, os preços dos combustíveis subiram 11,23% em relação a fevereiro, enquanto o gás de botijão teve alta no mês de 4,98%.

“Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março, e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas”, disse Kislanov.

“O mesmo aconteceu com o gás, que teve dois reajustes nas refinarias nesse período, … e agora o consumidor percebe esse aumento”, completou.

O ano de 2021 é de cautela com o cenário inflacionário em meio à desvalorização do real, com o Banco Central elevando a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, a 2,75%, e indicando outra alta do mesmo valor para maio.

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