Lojistas conseguem negociar isenção de aluguel mínimo

Acordos ocorrem em meio a mais um fechamento de atividades

26 de janeiro de 2021 às 0h30

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Crédito: Luciana Montes

Mais uma vez, os serviços não essenciais de Belo Horizonte tiveram de fechar as portas diante do aumento dos números da Covid-19. Com um novo decreto, os shoppings, que ficaram 130 dias sem funcionar presencialmente em 2020, têm uma série de preocupações.

Para se ter uma ideia, a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop) estima que 20% dos lojistas da capital mineira não terão como retornar quando as medidas de distanciamento social forem flexibilizadas. Há, ainda, uma previsão de perda de 20 mil empregos.

A situação é complicada, de acordo com o superintendente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (AloShopping), Alexandre França. No entanto, o setor tem conseguido negociações importantes para auxiliar nesse cenário no que diz respeito às despesas obrigatórias.

França conta que muitos lojistas têm conseguido a isenção de aluguel mínimo enquanto os estabelecimentos estiverem fechados por conta das medidas de distanciamento social. Além disso, também estão sendo dados descontos no condomínio e no fundo de promoção, de cerca de 30%.

“Não há alternativas, já que os lojistas não estão faturando, não têm capital de giro. Os bancos estão muito restritivos e não há mais a ajuda do governo”, destaca o superintendente da AloShopping.

As expectativas, diz França, são de que essa lógica de isenção e descontos permaneça no caso de, após haver mais uma flexibilização, ser decretado mais um fechamento. Somente a vacina contra a Covid-19 resolverá a situação, diz ele, e esse quadro de vaivém é algo provável de acontecer até a imunização coletiva. “No entanto, se as atividades voltarem, mas com restrições, como de horários, as cobranças serão normais”, diz.

Em nota, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) afirmou que, desde o início da pandemia, o setor esteve aberto ao diálogo. “Em ordem de grandeza, as administradoras de shopping centers já abstiveram mais de R$ 5 bilhões em adiamento e suspensão de despesas aos lojistas considerando aluguéis, condomínios e fundos de promoção. Os empreendedores e administradores de shoppings seguem comprometidos com seus lojistas, em conversas e apoio constantes”, destacou.

Ano difícil – Apesar de os lojistas estarem conseguindo retornos com os shoppings, a situação ainda é preocupante em outros sentidos, conforme destaca o superintendente da AloShopping.

“Este ano está pior do que o ano passado. A gente não sabe o que vai acontecer, embora a vacina seja uma luz no fim do túnel, pois não sabemos quando ela será aplicada em todos”, destaca.

Segundo França, 2021 está mais desafiador do que 2020 por uma série de questões, como o fato de não existirem mais os benefícios governamentais, que ajudaram vários empresários, de diversos setores, no ano passado, e também a população.

“O desemprego está grande e está muito indefinido o que vai acontecer com a pandemia. Até a vacinação, a coisa vai ficar muito difícil. Os lojistas estão de portas fechadas, mas pagando os funcionários”, salienta.

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