A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) propôs a abertura gradual de bares e restaurantes, incluindo o fechamento de ruas em locais com maior concentração dos estabelecimentos para que mesas sejam espalhadas e as regras de distanciamento sejam cumpridas a fim de diminuir os riscos de contaminação do Covid-19.
A sugestão ocorreu no dia seguinte à Justiça mineira autorizar o funcionamento do setor na Capital.
PUBLICIDADE
De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindihorb), Paulo Pedrosa, o encontro já estava previsto e foi “talvez, o melhor de todos entre a administração municipal e o setor”.
“O prefeito (Alexandre Kalil – PSD) estava muito tranquilo, muito otimista, e se mostrou disposto a dialogar e contribuir. Voltaremos a nos reunir na próxima semana e já teremos mais informações sobre a flexibilização do funcionamento não apenas de bares e restaurantes, mas do comércio em geral. Nossa expectativa é que isso ocorra até o fim do mês”, anunciou.
O sindicato também entregou à PBH uma proposta que sugere o funcionamento dos estabelecimentos em dias alternados ao restante das atividades comerciais. Neste caso, bares e restaurantes funcionariam entre quinta-feira e domingo, enquanto os demais de segunda-feira a quinta-feira.
A ideia teve apoio do presidente do Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Nadim Donato, que acompanhou a reunião. “Seria uma forma de um setor ajudar o outro”, comentou Nadim.
Procurada, a Prefeitura apenas confirmou a realização da reunião, mas não comentou os desdobramentos. Quanto à liminar que autoriza a retomada das atividades de bares e restaurantes na Capital, a administração municipal entrou com recurso, pedindo a suspensão da medida.
De acordo com o site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a última movimentação do processo ocorreu na manhã de ontem (21) e aguarda o parecer do desembargador.
Apesar da decisão do juiz Wauner Batista Ferreira, da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca da Capital estar relacionada à ação movida pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Pedrosa afirmou que as condições impostas não atendem ao setor.
“A liminar é muito tímida e não contempla o que buscamos. Tanto é que a maioria dos associados da Abrasel optou por não abrir. Sem contar que este não é o momento de buscarmos o enfrentamento, e sim o diálogo”, comentou.
Manifestação – A Abrasel disse que segue em busca de uma agenda com o prefeito para discutir protocolos de abertura dos estabelecimentos, mas que, de toda forma, a manifestação agendada para quarta-feira (22), na Praça da Liberdade, está mantida. Juntamente com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) e outras entidades, a Abrasel promove o ato público intitulado “Que dia BH volta?”.
A expectativa é reunir cerca de 500 pessoas, entre representantes e trabalhadores dos dois setores e movimentos sociais.
Belo Horizonte tem hoje (21) 14.089 casos confirmados de coronavírus e 378 mortes causadas pela doença. Estes e outros números foram citados como argumentos pelo Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMSBH) em um ofício encaminhado ao TJMG pedindo a revisão da decisão da última segunda-feira (20).