PIX: 90% das MPEs estão usando o sistema

1 de dezembro de 2021 às 0h28

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Nove em cada dez pequenos negócios de Minas Gerais já aceitam o pagamento via PIX. São micro e pequenas empresas, além dos microempreendedores individuais (MEIs). Entre esses comerciantes, mais de 80% avaliam que ter incluído a nova modalidade de pagamento foi muito bom (58%) ou bom (25%) para os negócios.

É o que mostra um levantamento realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais  (Sebrae Minas), entre os dias 9 e 21 de outubro, com 1.257 empreendedores. Apenas 7% dos entrevistados reclamaram de alguma desvantagem, como o aumento de custo ou impostos (45%) ou dificuldade de realizar o controle financeiro (30%).

O Brasil tem hoje cerca de 348 milhões de chaves PIX e quase 113 milhões de usuários cadastrados, segundo o Banco Central. O Sebrae estima que 10% deles são de Minas Gerais. ‘’A adesão é maior entre os mais jovens. A taxa dos que aceitam PIX até 30 anos, por exemplo, é de 97%. É um número de adesão muito alto para um meio de pagamento lançado há pouco tempo”, afirma o gerente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Felipe Brandão. ‘’Pela praticidade, ausência de taxas para pessoas físicas, o PIX é uma forma de circulação de dinheiro que faz a economia das micro e pequenas empresas funcionar’’, diz.

O estudo do Sebrae também mostra que as mulheres (95%) têm uma ligeira vantagem sobre os homens (93%) na adoção do PIX. Entre elas, a adesão foi maior entre as negras (97%) em relação às brancas (93%). O levantamento indica ainda que a inovação é mais utilizada entre os empreendedores com ensino superior incompleto (97%) e ensino fundamental completo (96%).

Alessandra Alvim Morais inaugurou uma loja de roupas femininas e acessórios – a Verde Cor Boutique – na mesma época em que o PIX foi lançado, em novembro de 2020. Ela conta que o PIX já é a forma de pagamento usada em boa parte das vendas. “50% são cartão de crédito, 20% PIX, 20% cartão de débito, e dinheiro 10% no máximo. As pessoas vêm pegando confiança e as transações por PIX estão crescendo cada vez mais’’, diz.

A comerciante afirma que tem uma tática pra não cair em golpes. ‘’Minha vendedora passa o comprovante na hora e eu confiro imediatamente se o dinheiro foi depositado na conta da loja. É a forma de evitar o que já aconteceu com algumas empresas, que recebiam falsos comprovantes, telas falsas printadas e enviadas antes da conclusão da operação’’, explica.

Leonardo Portella, que é microempreendedor individual (MEI), também é um dos entusiastas dessa ferramenta de pagamento. Proprietário da Nude Cores – Sapatilhas, uma loja de calçados femininos, ele resolveu adotar o PIX para realizar as transações diárias e tem aprovado a nova facilidade. Ele diz que não é possível afirmar que houve um aumento nas vendas, mas afirma que a negociação ficou mais segura e prática. ‘’É tudo muito rápido. Recebo mensagem do banco na hora que o dinheiro cai na conta. Quando o cliente vai embora, eu já posso utilizar esse valor, da venda que eu acabei de fazer, pra pagar outras contas, por exemplo’’.

PIX Saque e PIX Troco

Na última segunda-feira (29), começaram a funcionar duas novas modalidades do PIX: o PIX Saque – que permitirá o saque em dinheiro em lojas, supermercados e outros estabelecimentos – e o PIX Troco – que também permitirá o saque, mas associado a uma compra ou à prestação de um serviço. Os usuários poderão fazer saques em estabelecimentos comerciais, não apenas em caixas eletrônicos. A oferta dos novos produtos, no entanto, é opcional e depende de adaptação dos sistemas das lojas.

No PIX Saque, o cliente vai ao estabelecimento comercial, faz um PIX a partir da leitura de um QR Code mostrado a ele ou a partir do aplicativo do prestador do serviço. Após a autenticação do pagamento, o cliente recebe o valor da transferência em dinheiro.

O PIX Troco funciona de forma semelhante. A diferença é que o saque de recursos em espécie pode ser realizado durante o pagamento de uma compra ao estabelecimento. Nesse caso, o PIX é feito pelo valor total (compra + saque).

O gerente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, no entanto, acredita que essas duas novas modalidades não vão ter muita utilização. ‘’O Banco Central vai avaliar, mas eu acho que não vai vingar. Na ideia inicial, o PIX surgiu como uma opção de transferência. Hoje em dia, não tem necessidade de andar com dinheiro; com o celular mesmo você já consegue pagar uma compra, é uma tendência mundial a redução de papel-moeda’’, explicou Felipe Brandão.

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