Brasília – Pelo segundo mês seguido, a poupança voltou a registrar mais retiradas que depósitos. No mês passado, os saques superaram os depósitos em R$ 718,7 milhões, informou ontem o Banco Central. Em maio do ano passado, os correntistas tinham depositado R$ 2,4 bilhões a mais do que tinham retirado.
Com o resultado de maio, a caderneta de poupança acumula saques líquidos de R$ 16,997 bilhões nos cinco primeiros meses de 2019. No mesmo período do ano passado, as captações (depósitos) tinham superado as retiradas em R$ 1,71 bilhão.
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Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018 a captação líquida foi de R$ 38,26 bilhões.
Com rendimento de 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia), a poupança está se tornando menos atrativa porque os juros básicos estão no menor nível da história, em 6,5% ao ano. Nos últimos meses, o investimento não tem conseguido garantir rendimentos acima da inflação.
Nos 12 meses terminados em abril, a poupança rendeu 4,16%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, acumulou 4,93% no mesmo período. Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA cheio de maio. (ABr)
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Fundos registram captação de R$ 44,9 bilhões em maio
São Paulo – Após registrarem resgates líquidos de R$ 15,3 bilhões em abril, os fundos de investimento apresentaram captação líquida positiva de R$ 44,9 bilhões em maio. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a indústria de fundos já acumula ingressos líquidos de R$ 86,5 bilhões neste ano, com avanço de 29,4% em relação aos primeiros cinco meses de 2018.
Os fundos de ações são o destaque positivo do ano, com captação líquida de R$ 19,7 bilhões entre janeiro e maio. O resultado ainda está 8,2% abaixo do mesmo período do ano passado, quando foram registrados R$ 21,5 bilhões.
“A percepção do mercado e dos investidores de que os juros devem permanecer baixos por um longo período permanece estimulando a diversificação das carteiras”, afirma o vice-presidente da Anbima, Carlos André.
Na sequência aparecem os fundos de previdência, com R$ 10,7 bilhões e alta de 14,6% sobre os primeiros cinco meses de 2018. A maior captação líquida do ano é, entretanto, dos FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios), com R$ 43,1 bilhões, a partir de movimentos pontuais e concentrados em alguns fundos da classe.
Em relação aos retornos proporcionados aos investidores, as médias da maioria dos fundos seguem positivas. Em maio, o aumento da percepção do mercado de que há probabilidade de redução adicional da Selic refletiu nos resultados, principalmente dos produtos de prazos mais longos. No ano, os tipos Renda Fixa Duração Alta Soberano (que investe somente em títulos públicos federais com prazos maiores) e Renda Fixa Duração Alta Grau de Investimento (que investe, no mínimo, 80% da carteira em títulos públicos federais com prazos maiores) tiveram rentabilidades médias de 8,60% e de 6,21%, respectivamente.
Entre os fundos de ações, o tipo Índice Ativo (cuja gestão tem o objetivo de superar o benchmark, como o Ibovespa) acumula retorno médio de 11,32% e o tipo Livre (que não tem o compromisso de seguir uma estratégia específica) chega a 11,06% no ano. Já nos multimercados, tipo Macro (que realiza operações com estratégias baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos) tem rentabilidade média de 4,71% entre janeiro e maio. (Com informações da Anbima).