Preço do barril pode atingir US$ 100 até o início de 2019

25 de setembro de 2018 às 0h05

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Crédito: Nick Oxford/ Reuters

Cingapura/ Nova York – Os preços do petróleo podem subir para US$ 100 o barril ao final do ano ou no início de 2019 com o impacto de sanções ao Irã, disseram as tradings de commodities Trafigura e Mercuria ontem, durante evento do setor realizado em Cingapura.

Quase 2 milhões de barris por dia (bpd) em petróleo poderiam ser retirados do mercado como resultado das sanções dos Estados Unidos (EUA) contra o Irã ao final do quarto trimestre deste ano, disse o presidente da trading de commodities Mercuria Energy Trading, Daniel Jaeggi, o que tornaria uma alta dos preços para US$ 100 o barril possível.

“Nós estamos à beira de alguma significativa volatilidade no quarto trimestre, porque, dependendo da severidade e duração das sanções ao Irã, o mercado simplesmente não tem uma resposta adequada da oferta para o desaparecimento de 2 milhões de barris por dia dos mercados de petróleo”, afirmou Jaeggi.

Washington já implementou sanções financeiras contra o Irã e pretende mirar as exportações de petróleo do país a partir de 4 de novembro, colocando pressão sobre outros países para que também cortem importações de petróleo iraniano.

Segundo Ben Lockok, co-chefe da trading de petróleo Trafigura, os preços do petróleo poderiam subir para US$ 90 por barril no Natal e para US$ 100 no Ano Novo, conforme os mercados se apertarem.

Com as iminentes sanções dos EUA ao Irã, o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o banco de investimento norte-americano JPMorgan disse, em seu último boletim de perspectivas para o mercado, que “um salto para os US$ 90 por barril é provável” para os preços nos próximos meses.

Máxima em 4 anos – Os preços da referência global do petróleo, do tipo Brent, saltaram mais de 3% ontem, para uma máxima em quatro anos acima dos US$ 80 por barril, depois que a Arábia Saudita e a Rússia barraram qualquer aumento imediato na produção, apesar dos pedidos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que agissem para elevar a oferta global.

A Opep e aliados, incluindo a Rússia, maior produtor do mundo, encontraram-se na Argélia, no domingo (23), para uma reunião que terminou sem uma recomendação formal de qualquer aumento adicional da oferta para compensar o declínio do fornecimento do Irã.

“O mercado ainda está sendo guiado pelos receios sobre a oferta iraniana e venezuelana”, disse Gene McGillian, diretor de pesquisa de mercado na Tradition Energy. “O fracasso dos produtores de abordar isso adequadamente neste fim de semana está criando oportunidade de compra”.

Os futuros do petróleo Brent fecharam em alta de US$ 2,40, ou 3,1%, a US$ 81,20 por barril, depois de uma máxima intradiária de US$ 81,39, maior valor desde novembro de 2014. O petróleo dos EUA (WTI) teve alta de US$ 1,30, ou 1,8%, a US$ 72,08 o barril.

“Não” – A Arábia Saudita, líder de produção da Opep, e seu maior aliado não pertencente ao grupo, a Rússia, recusaram efetivamente a demanda de Trump por mudanças que esfriem o mercado.

“Eu não influencio os preços”, afirmou o ministro da Energia saudita, Khalid al-Falih, a repórteres, no domingo.

Trump disse, na semana passada, que a Opep “precisa baixar os preços agora!”, mas o ministro do petróleo iraniano, Bijan Zanganeh, revelou, ontem, que a Opep não respondeu positivamente às demandas de Trump. (Reuters)

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