Produção de aço no País fecha 2020 com queda

No último ano, no auge da pandemia, 13 altos-fornos chegaram a ser desligados

19 de janeiro de 2021 às 0h30

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Crédito: Divulgação/Usiminas

A produção brasileira de aço bruto chegou a 31 milhões de toneladas em 2020. O volume representa queda de 4,9% em relação ao ano anterior e é apenas um dos impactos causados pela pandemia de Covid-19 no decorrer do exercício passado. No auge da crise sanitária, treze altos-fornos chegaram a ser desligados em todo o País, dos quais sete localizados em Minas Gerais. 

Apesar da retração, as vendas internas foram de 19,2 milhões de toneladas de janeiro a dezembro de 2020, representando alta de 2,4% em relação a igual período do ano anterior. Já o consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 21,2 milhões de toneladas, elevação de 1,2% na mesma base de comparação, enquanto as exportações somaram 10,7 milhões de toneladas, ficando 16,1% abaixo do total de embarques realizados em 2019. 

“A produção de aço sofreu queda em relação ao que foi produzido em 2019, fundamentalmente devido à parada de equipamentos ocorrida no momento mais agudo da grave crise de demanda enfrentada pela indústria em abril do ano passado”, comentou o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.

Para 2021, as expectativas são mais otimistas. De acordo com o Instituto Aço Brasil, a perspectiva é de que as vendas avancem em mais de 5% neste ano, enquanto o consumo de produtos siderúrgicos deverá ter alta de quase 6% em relação a 2020.

Em coletiva de imprensa no fim do ano passado, a entidade justificou que se caminhava para normalização do abastecimento. Assim como outros setores, as siderúrgicas sentiram forte retração de demanda, no início da pandemia, o que afetou toda a cadeia. Na sequência, o consumo se normalizou e, posteriormente, voltou a crescer. 

Neste sentido, a entidade divulgou o Índice de Confiança da Indústria do Aço (Icia) referente ao primeiro mês de 2021 e o mesmo ficou estável na comparação com o mês anterior, em 78,9 pontos. “A estabilidade frente ao mês de dezembro, após duas quedas consecutivas, ainda mantém o Icia em patamares historicamente elevados”, afirmou o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil.

Retomada – O analista da Terra Investimentos Régis Chinchila disse que os números confirmam a expectativa de recuperação da indústria do aço. Ele lembrou que a chegada da pandemia ao Brasil causou tantas incertezas ao mercado siderúrgico que impactou rapidamente a oferta de maneira a levar empresas a diminuírem a produção paralisando fornos. 

Esse movimento gerou alta nos preços, porque a demanda, principalmente da China, não acompanhou o arrefecimento e até mesmo o Brasil mostrou recuperação da sua atividade antes do projetado. “A atividade industrial do Brasil recuperou, em setembro, o patamar pré-pandemia e isso foi o bastante para gerar falta de matéria-prima e elevar os preços, fazendo o aço subir mais de 10% apenas entre o terceiro e o quarto trimestre”, comentou. 

Para 2021, a aposta do especialista é que essa dinâmica permaneça, a partir, principalmente, do aumento do preço do minério de ferro e do desequilíbrio ainda existente entre oferta e demanda, ocasionando elevação também nas siderúrgicas. Consequentemente, “a pressão por metais continuará atingindo setores de automóveis e construção civil”. 

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