Produção industrial em Minas apresenta retração de 0,9%

10 de junho de 2021 às 0h27

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A mineração registrou crescimento de 1,1% na produção em abril frente a março no Estado, aponta a pesquisa do IBGE | Crédito: Divulgação

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da produção industrial mineira em abril, indicando que o setor avançou 34,7% em relação ao mesmo mês no ano passado, oitava taxa positiva consecutiva nessa comparação e a mais elevada da série histórica, iniciada em janeiro de 2002.

O primeiro quadrimestre deste ano apresentou também um crescimento de 10,5%, em relação a igual período em 2020, acelerando o ritmo de expansão frente ao último quadrimestre (3,5%), que interrompeu a série de quedas iniciada no último quadrimestre de 2018 (-1,6%). No entanto, quando comparado aos dados de março último, a produção de abril recuou 1,3% na média nacional e 0,9% em Minas Gerais.

Segundo o analista de estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Marcos Marçal, a queda na produção industrial mineira em abril já estava prevista, em razão da falta que insumos que atingiu o setor automotivo (montadoras e setor de autopeças) e pelo recrudescimento de medidas de isolamento social causadas pelo novo pico da pandemia de Covid-19. O segmento de veículos, que recuou 13,6%, é responsável por 14% da produção industrial mineira.

Por outro lado, a mineração, responsável por 25% do setor extrativo no Estado, cresceu 1,1%, colocando Minas Gerais com um percentual de queda menor do que a média nacional. Outro setor que contribuiu foi o de celulose, que embora tenha apresentado forte queda em março, cresceu 59%. A indústria de alimentos e bebidas apresentou uma expansão de 2,7% em abril, conforme os modelos setorizados pela Fiemg, a partir dos dados fornecidos pelo IBGE.

Commodities – Marçal prevê boas perspectivas para a indústria mineira nos próximos meses, com a valorização do preço das commodities, principalmente do minério de ferro, do aço e da celulose. “Há ainda a necessidade de recomposição dos estoques das empresas, após este período atípico da pandemia. Acredito que a previsão para os próximos meses seja de expansão na produção industrial, principalmente no setor que fornece máquinas e equipamentos para o agronegócio”, avalia.

Os dados de abril do IBGE identificam derivados do petróleo e biocombustíveis como responsáveis pela queda da produção brasileira em relação a março. Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram os produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-9,5%), que voltou a recuar após ter interrompido, em março (1,9%), um ciclo de cinco resultados negativos.

Outras contribuições negativas vieram de impressão e reprodução de gravações (-34,8%), de produtos de metal (-4,0%), de couro, artigos para viagem e calçados (-8,9%), de celulose, papel e produtos de papel (-2,6%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,2%), de produtos têxteis (-5,4%) e de móveis (-6,5%).

Já entre as oito atividades em alta, os destaques foram indústrias extrativa (1,6%), com dois meses seguidos de expansão acumulando ganho de 7,4%, máquinas e equipamentos (2,6%), que voltou a crescer após recuar 0,8% em março, e veículos automotores, reboques e carrocerias (1,4%), que interrompeu três meses de queda, acumulando redução de 16,6%.

Entre as grandes categorias econômicas, frente a março de 2021, as taxas negativas foram registradas em bens de consumo semi e não-duráveis (-0,9%), pelo terceiro mês seguido e acumulando recuo de 11,7%, e bens intermediários (-0,8%), eliminando o ganho de 0,4% acumulado em fevereiro e março de 2021.

Retração em nove dos 15 locais pesquisados

Rio de Janeiro – Seguindo tendência nacional, a produção industrial regional recuou em nove dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na passagem de março para abril, as indústrias locais foram afetadas pelo baixo desempenho do setor de derivados do petróleo.

A produção nacional, divulgada na semana passada, caiu 1,3% em abril frente a março. A maior queda ocorreu na Bahia, que recuou 12,4%, a maior diminuição desde abril de 2020, uma queda de 23,4%. Com a quinta taxa negativa, a Bahia acumula perdas de 31,8%.

A região Nordeste teve a segunda maior queda, de 7,8% no mês, influenciada pelo resultado da indústria de couro, artigos de viagens e calçados. A queda acumulada em cinco meses negativos chega a 17,1%.

São Paulo recuou 3,3%, queda também acima da média nacional, afetada pelo desempenho dos setores de derivados do petróleo, farmacêutico e de outros produtos químicos. Completam os locais com taxas negativas em abril, Goiás (-3,6%), Pernambuco (-2,4%), Santa Catarina (-2%), Ceará (-1,2%), Mato Grosso (-1,1%) e Minas Gerais (-0,9%).

O destaque entre os locais com alta na produção industrial foi Amazonas, que subiu 1,9% e teve a segunda taxa positiva seguida, acumulando ganho de 11%. Ao contrário dos que registraram queda, no Amazonas o setor de derivados de petróleo teve bom desempenho.

A segunda maior alta foi no Rio de Janeiro, com ganho de 1,5%. O setor extrativo de petróleo contribuiu para o desempenho positivo. Também registraram alta em abril na comparação mensal as indústrias do Espírito Santo (0,9%), Pará (0,3%), Rio Grande do Sul (0,3%) e Paraná (0,2%).

Em relação a abril de 2020, o crescimento nacional foi de 34,7% e 12 dos 15 locais pesquisados tiveram alta. Porém, o IBGE destaca que a base de comparação é muito baixa, já que em abril do ano passado o setor industrial foi muito pressionado pelo isolamento social decorrente da pandemia da Covid-19.

Os maiores avanços na comparação anual foram do Amazonas (132,8%) e Ceará (90,2%). Acima da média nacional também ficaram o Paraná (55,1%), Rio Grande do Sul (53,8%), Santa Catarina (50,5%) e São Paulo (45,5%).

Completam a lista dos locais com alta, em relação a abril de 2020, Minas Gerais (32,5%), Pernambuco (31,4%), Espírito Santo (26,1%), região Nordeste (20,2%), Rio de Janeiro (10,3%) e Pará (6,0%).

As taxas negativas, na comparação anual, foram registradas na Bahia (-10%), Goiás (-8,7%) e Mato Grosso (-2%).

Pandemia – Segundo o IBGE, o resultado de abril foi afetado pelo agravamento da pandemia da Covid-19, com as medidas restritivas, a diminuição da circulação de pessoas e escalas na jornada de trabalho. Mesmo assim, cinco locais estão acima do patamar pré-pandemia, tendo como referência o mês de fevereiro de 2020: Minas Gerais (10,2% acima); Santa Catarina (7,2%), Paraná (6,4%), Amazonas (4,4%) e São Paulo (3,4%).

No acumulado de 12 meses, o Brasil registra alta de 1,1% na produção industrial, assim como oito das regiões pesquisadas. As maiores altas acumuladas são em Pernambuco (7,4%), Santa Catarina (6,6%), Paraná e Rio Grande do Sul, ambos com aumento de 4,7%.

Por outro lado, as maiores quedas acumuladas em 12 meses foram registradas na Bahia (-9,8%), Espírito Santo (-9,2%) e Mato Grosso, que acumula perdas de 5,9%. (ABr)

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